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segunda-feira, maio 30

Justiça decide que assassino de cartunista Glauco é inimputável


A Justiça Federal no Paraná decidiu que o assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni, é inimputável --não pode ser responsável pelos seus atos. Com isso, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, irá cumprir regime de internação compulsória em um hospital psiquiátrico.

A decisão, proferida na última sexta-feira (27), acata parecer do Ministério Público Federal, que, no início do mês, havia entregado à Justiça um laudo que aponta que Cadu é esquizofrênico.

Glauco e Raoni foram mortos na madrugada de 12 de março de 2010, quando Cadu invadiu o sítio onde a família das vítimas vivia, em Osasco (Grande SP). Pai e filho foram assassinados com quatro tiros cada um.

Cadu frequentava a Igreja Céu de Maria, fundada por Glauco em meados dos anos 90 e que segue os rituais do Santo Daime, incluindo a ingestão do chá de ayahuasca, planta alucinógena.

Ele se dizia um profeta e afirmava que sua missão era revelar ao mundo que seu irmão era a reencarnação de Jesus Cristo na Terra, motivo pelo qual foi à casa de Glauco e família naquela noite e acabou atirando no cartunista e no filho dele.

"Ele supunha operar um feito bíblico, movido por alucinações, visões, misticismo e, claro, por uma predisposição genética à esquizofrenia paranoide, a qual foi ganhando musculatura por conta do consumo imoderado de substâncias alucinógenas, do fanatismo religioso e da crença no sobrenatural", afirma o juiz federal Mateus de Freitas Cavalcanti Costa, na sentença.

O magistrado diz que Cadu, ao praticar o crime, estava "incapaz de entender o caráter ilícito do fato".

A sentença também determinou que Cadu, que tem 25 anos, cumpra medida de segurança e seja internado por um período mínimo de três anos num hospital psiquiátrico, com possibilidade de prorrogação.

O rapaz está preso desde o dia 14 de março do ano passado, quando atirou contra policiais federais na fronteira com o Paraguai ao tentar deixar o país.

PRESO

Dois dias depois do crime, Cadu foi preso quando atravessava a ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, em direção ao Paraguai. Durante a fuga, atirou em policiais federais e rodoviários.

Cadu foi denunciado pelos assassinatos de Glauco e Raoni, por resistência à prisão, tentativa de homicídio (três vezes), porte de arma de fogo, roubo, constrangimento ilegal, violação de domicílio e tortura (duas vezes).

Fonte: Site Clóvis Duarte

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