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sexta-feira, maio 13

OXI também no RS


A nova droga que se alastra pelo país e preocupa autoridades nas áreas de saúde e segurança chegou também ao Rio Grande do Sul.

A Polícia Civil do estado anunciou nesta quinta-feira que o oxi, uma mistura mais devastadora do que o crack de pasta-base de cocaína, querosene, cal virgem e até ácido de bateria, foi apreendido pela primeira vez na região dos pampas. O entorpecente surgiu na fronteira do Acre com a Bolívia e já havia sido encontrado também no Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e no Paraná.

Uma equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul analisou os 300 gramas da droga apreendidos no dia 25 de abril, em Porto Alegre, e confirmou tratar-se do oxi. A quantidade poderia ser usada para produzir 1.500 pedras da substância. Foram presos 28 integrantes da quadrilha que manipulava o entorpecente.

No último fim de semana, 143 gramas da droga foram encontrados pela primeira vez também em Cascavel, no Paraná. Na segunda-feira, 75 gramas de uma substância com as mesmas características do oxi foram apreendidos ao lado de tubos com bicarbonato de sódio e cálcio em uma casa de Catanduva, interior de São Paulo.

Riscos - O oxi é considerado mais perigoso e letal que o crack por causa de sua composição menos pura e com substâncias pesadas, que atacam o organismo com mais rapidez. A euforia provocada pela droga é duas vezes maior que a da cocaína. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Redução de Danos em parceria com o Ministério da Saúde constatou que em um ano a droga matou um terço dos usuários de oxi analisados. Para complicar, o acesso à nova droga é mais fácil, já que o preço é menor que o do crack. Enquanto uma pedra da substância mais popular custa cinco reais, a do oxi pode ser vendida a dois reais.

A maior preocupação dos especialistas que já estudam a droga é com a falta de estrutura para combatê-la, como já ocorre com as outras substâncias. "Quando surge uma droga mais poderosa, mais barata e fácil de produzir, a tendência é que ela se dissemine", comenta o psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ronaldo Laranjeira. "Isso ocorre especialmente porque não se criou no Brasil até agora um sistema eficaz de tratamento de dependentes."

Em 2010, o governo federal lançou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, com verba prometida de 410 milhões para evitar o avanço da droga e tratar usuários em um ano. No entanto, somente 30% dos recursos foram de fato utilizados no período, o que acabou atrasando projetos. “O crack é hoje o principal problema da segurança pública do nosso país e isso tudo significa que o governo não deu a devida atenção ao assunto”, recrimina o presidente da Subcomissão de Combate ao Crime Organizado da Câmara, deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR).

Fonte: Site Veja (Editora Abril)

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