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quinta-feira, novembro 10

Dia para ficar na história: no Rio, 'Nem' , chefe do tráfico da Rocinha, é preso


O delegado Victor Poubel, da Polícia Federal do Rio, deu detalhes na manhã desta quinta-feira (10) da prisão do traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como "Nem", apontado como chefe do tráfico de drogas da Rocinha. Segundo ele, ao chegar à sede da PF, na Zona Portuária, Nem ligou para a mãe e comunicou que havia sido preso. O traficante ainda fez algumas recomendações. "Ele mandou um recado para os filhos não faltarem às aulas", disse o delegado.

Poubel informou ainda que em nenhum momento Nem reagiu à prisão. "Ele não esboçou nenhuma reação. Chegou à sede da Polícia Federal aparentemente tranquilo e consciente da prisão dele".

O delegado disse também que policiais federais trabalharam infiltrados na Rocinha para ajudar na captura de Nem. Foram dez dias de trabalho, 24 horas por dia, monitorando a comunidade. A ação policial contou ainda com a ajuda de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. "Mas o trabalho da Polícia Federal não se restringe só a isso", esclarece Poubel.

Nem será levado para Bangu

Nem segue preso na sede da Polícia Federal, onde está sendo ouvido. Segundo Poubel, o traficante deve ser transferido ainda nesta quinta para o presídio de Bangu, na Zona Oeste. O delegado disse ainda que, ao todo, 15 suspeitos foram presos, entre eles três advogados que estavam com Nem. Todos devem ser transferidos ainda nesta manhã para Bangu.

O traficante foi preso por volta de meia-noite, na Lagoa, também na Zona Sul, quando tentava fugir escondido no porta-malas de um carro preto.

Homens do Batalhão de Choque faziam revistas nos acessos da comunidade da Rocinha quando o carro foi interceptado. Dois homens estavam no veículo, mas eles se negaram a abrir o porta-malas. Segundo a polícia, os homens se apresentaram como um funcionário do Consulado do Congo e um advogado, e seriam escoltados até uma delegacia.

Mas segundo a polícia, no trajeto para a delegacia, os homens pararam na região da Lagoa.

Cerca de 80 homens do Batalhão de Choque permanecem nesta manhã nas favelas da Rocinha e do Vidigal, na Zona Sul do Rio. Segundo o tenente Leonardo Novo, da corporação, o cerco é por tempo indeterminado. Moradores e motoristas que passam pelo local são revistados, mas não há presos.

Propina

Os agentes contaram, ainda, que os homens teriam oferecido propina entre R$ 20 e R$ 30 mil para seguir viagem. Os policiais do Choque não aceitaram o suborno. A Polícia Federal foi chamada e o porta-malas foi arrombado e lá estava Nem.

Mais cedo, a agentes da Polícia Federal prenderam policiais que escoltavam traficantes que fugiam da Rocinha. Eles foram presos na Gávea, próximo à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e também levados para a sede da PF.


UPP

O Ministério da Defesa vai mandar homens da Marinha e equipamentos militares para a ocupação do morro da Rocinha. Apesar do ministério não confirmar formalmente a participação na operação, o pedido de apoio logístico ao Ministério da Defesa foi feito há cerca de dez dias pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

A previsão é de que a ocupação aconteça no próximo domingo (13).

A Marinha usará na operação os mesmos blindados utilizados na tomada das comunidades do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, os chamados Clanfs (carros lagartas anfíbios). Os blindados serão operados por fuzileiros navais e também ajudarão no transporte dos policiais militares durante a entrada no morro.

Moradores assustados

Moradores do bairro ficaram assustados com a ação policial. Uma estudante que não quis se identificar estava no shopping e relatou um princípio de correria entre os clientes.

O advogado Celso Barreto, morador do bairro, acompanhou a ação dos policiais pela janela de casa. "O carro parou em frente ao Shopping da Gávea com a sirene ligada, quando saltaram cinco policiais com colete e foram correndo até Rua Arthur Araripe.

Os policiais foram profissionais. Não saiu tiro e a população aplaudiu a ação. Fiquei impressionado com a agilidade da ação da polícia, que durou cerca de 15 minutos", disse.

Um dos traficantes presos é conhecido pelo apelido de “Peixe” e o outro é o traficante “Coelho”, um dos principais comparsas de Nem. Perto ao local da prisão, em frente ao Jóquei, uma outra equipe da PF abordou um carro que transportava fuzis e granadas.




Fonte: Site G1

Um comentário:

Jeferson Cardoso disse...

Olá Ana Cláudia!
E o Rio continua lindo... Melhor assim, com a população aprovando o trabalho e a atitude da polícia.
Colha bons dias!
Abraço de um blogueiro navegante.

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