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domingo, dezembro 11

Vítimas de golpe no TRT perderam aproximados R$ 7 milhões

Por Alana Rizzo, Correio Braziliense

Trabalhadores, empresas e até mesmo a União foram vítimas do rombo provocado por uma servidora pública cedida ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região, em Brasília, que pode chegar a R$ 7 milhões.

O valor é estimado por autoridades e advogados que acompanham as investigações da corregedoria do tribunal e da Polícia Federal. O prejuízo levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a montar uma força-tarefa que está trabalhando neste fim de semana.

As investigações conduzidas preliminarmente pela corregedoria do tribunal mostram que a funcionária encaminhava ofícios falsos aos bancos solicitando a transferência dos valores para contas bancárias indicadas por ela.

A comunicação era feita como se fosse uma ordem judicial. Logo em seguida, a funcionária apagava os rastros, eliminava os documentos na vara, para não ser descoberta. O caso, revelado pelo Correio, veio à tona por acaso quando uma advogada estranhou uma movimentação em um processo que ela acompanhava.

A partir daí, os juízes perceberam que a funcionária estava usando o cargo para sacar os depósitos judiciais, especialmente aqueles referentes aos processos antigos e que estavam parados.

A servidora tinha autorização dos juízes da vara para acessar informações de contas judiciais e com isso escolhia processos que lhe interessava. Como era ela a responsável pelo balcão de informações, passava dados errados para os advogados para que eles não descobrissem a fraude.

Até agora, já foram identificados R$ 5 milhões em desvios para contas bancárias da servidora da 2ª Vara, destinados a familiares e laranjas. Mas a fraude pode ser ainda maior.

A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil estão levantando todas as guias de depósito judicial referentes à vara e que possam ter sido movimentadas pelos envolvidos no esquema. As informações devem ser entregues nesta semana ao tribunal e à Polícia Federal, que abriu inquérito na sexta-feira.

Os investigadores também aguardam um levantamento completo sobre o patrimônio dessas pessoas. Pelo menos 10 carros foram localizados em nome do companheiro da servidora. Contas bancárias e bens já foram bloqueados.

Côn. ursada da Prefeitura de Luziânia (GO), a funcionária pública de 45 anos trabalhava desde 2002 no tribunal e desde 2006 na 2ª Vara, onde teria montado o esquema de desvio de indenizações. Afastada do trabalho na última semana, ela responde a um processo administrativo disciplinar.

Ela passou a semana em casa e chegou a ligar para o tribunal para saber como estava o andamento das apurações.

Como não houve flagrante, ela não foi presa.A funcionária era tida como exemplar e dedicada no trabalho. Segundo colegas, era a primeira a chegar e a última a ir embora da vara.

No entanto, sinais repentinos de riqueza despertaram a atenção de colegas — alguns chegaram a comentar isso com ela.

A resposta da servidora era de que tinha recebido uma herança milionária.

Fonte: Correio Braziliense

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