Organizações criminosas tentaram burlar mais de 50 exames em
11 Estados e no DF;
Gabarito de Medicina custava até R$ 80 mil A Polícia
Federal desmontou na quarta-feira, 12, um esquema de fraudes em vestibulares
de Medicina em 11 Estados e no Distrito Federal.
Ao todo foram cumpridos 70 mandados de prisão e 73 de
apreensão, expedidos pela Justiça Federal no Espírito Santo. A chamada Operação Calouro foi deflagrada
após um ano e seis meses de investigação.
Nesse período, a PF acompanhou a atividade de seis
quadrilhas baseadas em Goiás e uma em Minas. Ao todo, elas tentaram fraudar
mais de 50 vestibulares em 30 instituições de ensino superior privadas.
Os grupos atuavam de duas maneiras. Em uma, um aluno bem
preparado fazia a prova rapidamente para repassar o gabarito das respostas ao
alunou que pagou pela fraude. As respostas eram transmitidas a por mensagens de
celular, ponto eletrônico ou via radiofrequência.
O serviço custava entre R$ 25 mil e R$ 50 mil. As quadrilhas
também falsificavam documentos de candidatos e substituía o aluno por outra
pessoa no momento da prova. Nessa modalidade, o preço cobrado variava entre R$
45 mil e R$ 80 mil.
Segundo o chefe do Núcleo de Inteligência Policial da PF no
Espírito Santo, Leonardo Geraldo Baeta Damasceno, pelo menos dez pessoas foram
aprovadas em exames com ajuda das quadrilhas. Elas atuavam principalmente no
Rio, São Paulo e Minas, mas também tentaram burlar exames em Goiás, Mato
Grosso, Rondônia, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Santa
Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará e Distrito Federal.
A operação partiu da PF no Espírito Santo. Tínhamos um alvo
no Estado, mas descobrimos que ele tinha um papel acessório no esquema e que o
líder da organização era de Goiás, afirma Damasceno.
Segundo o delegado, na extrema maioria das vezes, as
quadrilhas não conseguiram fraudar os exames. Nossa estratégia foi conversar
antecipadamente com as instituições para ampliar a segurança nos processos
seletivos.
Repassávamos para as universidades informações sobre pessoas
que tinham documentação falsa.
Damasceno conta que, em cada vestibular, as quadrilhas
planejavam lucrar entre R$ 200 mil e R$ 400 mil.
Fonte: Jornal O
Estado de São Paulo
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