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segunda-feira, janeiro 14

Tortura: apenados têm queimaduras no Complexo de Xuri


O presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, contou na tarde da última sexta-feira (11) detalhes sobre a tortura sofrida por um grupo de 52 apenados do PEVVIII, localizado no Completo Prisional de Xuri, em Vila Velha.

A denúncia sofrida pelos 52 detentos, recebida de forma anônima na última quinta-feira (10), pela Comissão de Prevenção e Enfrentamento à Tortura do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), zerou o Torturômetro. “Consta na denúncia que no dia 2 deste mês os presos da unidade prisional PEVVIII foram retirados das celas e encaminhados para um pátio, onde permaneceram, por cerca de duas horas, sentados nus no chão de cimento da quadra que estava aquecida pelo sol.

A situação acarretou queimaduras nas nádegas de todos os internos. É algo desumano. Isso tem que acabar definitivamente”, disse o desembargador Pedro Valls Feu Rosa. Ainda na quinta-feira, por determinação do Tribunal de Justiça, os presos passaram por exame de corpo de delito.

A Comissão de Combate à Tortura encaminhou a denúncia para o delegado Rafael Andrade Catunda, designado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social para apurar os crimes ocorridos nas dependências do sistema prisional e do sistema socioeducativo.

 De acordo com o presidente Pedro Valls Feu Rosa, as denúncias recebidas pelo TJES indicam que os presos teriam sido torturados por um grupo de agentes penitenciários depois de reclamar da falta de água.

Depois das cenas de tortura, a direção do presídio suspendeu as visitas aos demais apenados e isolou os 52 que sofreram o castigo, deixando-os sem atendimento médico - com queimaduras expostas pelo corpo - até quinta-feira, quando o Tribunal de Justiça determinou que eles fossem retirados da unidade prisional e levados para fazer exames e receber medicamentos.

“O que nos assusta é que, apesar da gravidade dos ferimentos, os 52 reeducandos ficaram isolados, sem exame e atendimento médico, e sem que a direção do presídio informasse às autoridades o que aconteceu na unidade”, lamentou o coordenador das Varas de Execuções Penais do Tribunal de Justiça, juiz Marcelo Loureiro.

Fonte: Tribunal de Justiça do Espírito Santo

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