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quarta-feira, julho 3

Concluído Inquérito sobre tortura contra crianças em escola de Monte Alegre dos Campos


A Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Vacaria remeterá ao Poder Judiciário, nesta quarta-feira (03/07), inquérito policial sobre a prática de tortura contra crianças de uma escola de educação infantil localizada na cidade de Monte Alegre dos Campos. Segundo o delegado Flademir Paulino de Andrade, o inquérito foi instaurado após o recebimento de várias denúncias de que alunos da escola, entre eles vários bebês, eram submetidos a sofrimento físico e mental por duas funcionárias.

Durante as investigações, que duraram aproximadamente seis meses, os policiais constataram que as crianças eram vítimas de agressões físicas, verbais e de torturas psicológicas. As vítimas sofriam humilhações, ameaças, injúrias e eram colocadas de castigo em local escuro, além de serem submetidas a outros tipos de violência. 

As crianças também eram impedidas de usar o banheiro, para que não fosse necessária a limpeza. Em função disso, uma das crianças teve que ser submetida a tratamento estomacal. Uma das funcionárias chegou a trancar uma criança com dois anos de idade em um banheiro e a ameaçou de morte, dizendo que “ia colocar fogo nela”. 

Outra funcionária da escola colocou uma mariposa viva dentro da blusa de uma criança, a fim de que ela “parasse de incomodar”.

As investigações apuraram que as crianças passavam fome ou eram obrigadas a comer até que vomitassem. Muitas crianças ficaram traumatizadas e estão sendo submetidas a tratamento psicológico. 

Conforme o delegado, durante a tramitação do inquérito, mais de 30 pessoas foram ouvidas. As duas funcionárias foram afastadas das funções que exerciam na escola e respondem a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela Prefeitura Municipal da cidade de Monte Alegre dos Campos. As duas foram indiciadas pela prática de crime de tortura e ficarão sujeitas a penas que poderão chegar a oito anos de reclusão. Já a Diretora da escola foi indiciada pela prática do crime de tortura por omissão, e ficará sujeita a uma pena que poderá chegar a quatro anos de detenção.


Fonte: Site da Polícia Civil do RS

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