Pedido de suspensão cautelar da vigência do Regime
Disciplinar Penitenciário do Estado do Rio Grande do Sul chegou ao Supremo
Tribunal Federal (STF).
A Procuradoria Geral da República (PGR) ajuizou Ação Direta
de Inconstitucionalidade (ADI 4979), com pedido de liminar, contra os artigos
36 (caput e parágrafo único) e 37 (parágrafo único), nas redações atual e
anteriores, do Decreto estadual 46.534/2009, que disciplinam a prescrição no
âmbito do procedimento disciplinar penitenciário em território gaúcho.
O artigo 36 considera
extinta a punibilidade pela prescrição quando, a partir do conhecimento da
falta, não ocorrer a instauração do procedimento disciplinar no prazo de 30
dias. Ainda segundo o dispositivo, nos casos de fuga do presidiário, inicia-se
o cômputo do prazo a partir da data de seu reingresso no sistema prisional. Já
o artigo 37 do Decreto nº 45.594/2009 afirma que o procedimento disciplinar
deverá ser concluído no prazo de 60 dias a contar da sua instauração, podendo
ser prorrogado por 30 dias em hipótese de justificada necessidade.
Segundo a PGR, os dispositivos impugnados violam o disposto
no artigo 22, inciso I, da Constituição Federal, uma vez que “a prescrição da
pretensão punitiva estatal na seara de procedimento para apuração de falta
disciplinar no curso da execução penal constitui matéria de direito penal”.
Argumenta ainda que a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984) nada diz sobre o
prazo prescricional para a cominação de sanção pelo cometimento de falta disciplinar
em sede de execução penal.
A PGR salienta que, na falta de lei específica sobre o tema,
o Judiciário vem aplicando, por analogia,
o artigo 109, inciso VI, do Código Penal, que estabelece prazo
prescricional de três anos.
Dessa forma pede a
suspensão dos dispositivos impugnados em caráter liminar e a declaração, no
mérito, de inconstitucionalidade das normas questionadas. O relator da ação é o
ministro Celso de Mello.
Nº do Processo: ADI
4979
Fonte: Supremo
Tribunal Federal
Nenhum comentário:
Postar um comentário