“A situação é muito grave, mas não há nada de novo nas
condições que pude constatar em relação às demais casas prisionais do País”. A
afirmação foi feita na tarde desta segunda-feira (17/3) pelo ministro Joaquim
Barbosa, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal
Federal (STF), depois de visita que durou cerca de meia hora ao Presídio
Central de Porto Alegre. Atualmente, o local mantém 4.438 apenados, embora a
capacidade seja de 2.069.
O presidente do CNJ disse que submeter seres humanos às
condições precárias como as verificadas no Presídio Central “é prova da falta
de civilidade nacional”. O magistrado acrescentou que “não há nada melhor ou
pior aqui do que se observa no restante do Brasil”. Para ele, é preciso muita
determinação, força e vontade política para resolver o problema prisional. A
vinda do presidente do CNJ ocorre no momento em que é realizado o Mutirão
Carcerário no Presídio Central.
Os graves problemas estruturais constatados durante a visita
levaram Joaquim Barbosa a admitir que os presos dificilmente serão recuperados
nessas condições. “Em alguns casos os apenados sairão muito piores daqui”,
afirmou. Disse ainda que o “fechamento abrupto” do Presídio Central poderá
atrair outro problema que envolve a destinação dos presidiários. “É preciso
planejamento e providências para encontrar soluções”, explicou.
Durante a entrevista coletiva, concedida no auditório do
presídio, o presidente do CNJ recomendou que todas as pessoas que tenham
responsabilidade com a questão prisional tirassem um dia para conhecer o
presídio, a fim de ter consciência da situação. “Tenho certeza de que isso não
é do conhecimento, de muito perto, da maioria dos responsáveis”, assegurou.
Joaquim Barbosa disse que ao final do Mutirão Carcerário o CNJ
terá um levantamento detalhado das condições do Presídio Central. “É preciso
oferecer condições de higiene e ter o mínimo de respeito com as pessoas que
estão aqui”, asseverou.
O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande
do Sul (TJRS), desembargador José Aquino Flôres de Camargo, considerou a visita
do presidente do CNJ extremamente importante. “A presença do Ministro Joaquim
Barbosa, visitando as instalações do Presídio Central, reforça a preocupação
com a situação prisional brasileira e garante que em breve poderemos ter
soluções para este grave problema que é uma das prioridades do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul”, afirmou o magistrado.
Participaram ainda da visita ao Presídio Central o 3º
vice-presidente do TJRS, desembargador Francisco José Moesch; o
corregedor-geral da Justiça, desembargador Tasso Caubi Soares Delabary; o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot; o secretário da Segurança do
Estado do RS, Airton Michels; os juízes da Vara de Execuções Criminais; o presidente
da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, Eugênio Couto Terra; o juiz João
Marcos Buch, de Santa Catarina, coordenador do Mutirão Carcerário junto ao
Presídio Central; e o juiz assessor da Presidência do TJRS, Leandro Figueira
Martins.
Fonte: Agência CNJ de Notícias
Fonte: Agência CNJ de Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário