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terça-feira, maio 6

Maior parte dos presos do semiaberto não trabalha em Pelotas



75% dos detentos do serviço externo em Pelotas não comparece ao local de trabalho

Fiscalizações realizadas pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e o Ministério Público (MP) desde o final do ano passado descobriram que 75% dos presos de Pelotas beneficiados com direito a trabalho externo na verdade não trabalham.

Em uma das operações os agentes descobriram que dos 59 apenados, apenas 15 estavam trabalhando. Os outros 44 só foram localizados quando se apresentaram ao Presídio Regional de Pelotas (PRP) no final do dia. Todos tiveram o benefício do trabalho externo suspenso temporariamente e responderão a um Processo Administrativo Disciplinar.

Na última ação realizada no final de abril 11 apenados foram alvos da fiscalização, apenas três estavam no local indicado.

Cartas frias
A apresentação de cartas de trabalho frias é apontada tanto pela Polícia Civil como pelo Ministério Público como uma das raízes do problema.

“Para ter direito ao trabalho externo o preso apresenta a carta de trabalho na qual constam todos os dados do empregador e do referido trabalho. Fazemos checagem inicial, mas a comprovação da veracidade deste vínculo empregatício só pode ser feita indo ao local de trabalho”, diz o promotor Guilherme Kratz, da Vara de Execuções Criminais (VEC).

No final do ano passado a Polícia Civil realizou pelo menos duas operações para apurar o envolvimento de presos do regime externo em diferentes crimes e descobriu mais de um caso de carta de trabalho falsa. “Apuramos até mesmo a venda de cartas de emprego”, revela o delegado Guilherme Calderipe, da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Dfrec). Um dos casos relativos à venda de cartas de emprego já foi concluído e foi remetido ao MP.

Empregadores serão cobrados

Como resposta ao problema, MP e Susepe fecharam acordo e começam a cobrar mais responsabilidade dos empregadores, que a partir de agora deverão saber na ponta da língua por onde andam seus empregados apenados, caso contrário poderão responder judicialmente por isso.
 “MP e Susepe estão afinados em um trabalho conjunto que tem como objetivo atingir a marca de 100% de presos trabalhando, pois não queremos prejudicar quem realmente deseja se ressocializar”, diz Ângelo Carneiro, diretor da 5ª Delegacia Regional da Susepe.


Fonte: Site Diário Popular

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