Furtos de veículos aumentam 80% na região
Somente nos quatro primeiros meses deste ano foram
registrados 401 casos na Zona Sul
Ao sair de um aniversário no centro de Pelotas, o técnico em
computação Ronaldo de Souza, 57, teve a desagradável surpresa de descobrir que
seu carro, um VW Voyage 92, havia sido furtado. Um mês depois, continua a pé.
Souza é uma das 401 pessoas que tiveram seus veículos furtados este ano na
região.
As estatísticas do Comando Regional de Policiamento
Ostensivo (CRPO-Sul) mostram que nos últimos dois anos o total de furtos de
carros e motos aumentou 80%. No ano passado foram 412 casos entre janeiro e
abril, enquanto em 2012 ocorreram 223 furtos nos primeiros quatro meses do ano.
Apesar da pequena redução de 3% na relação 2013-2014, os
números ainda são considerados altos e preocupam tanto a polícia, como a
população.
Crime pelo crime
Responsável pela investigação dos crimes registrados na área
central de Pelotas, o delegado Sandro Bandeira revela que a grande motivação
dos furtos registrados na cidade tem sido o uso de motos e automóveis para a
prática de outros delitos. Para comprovar sua tese, aponta que entre 60% e 70%
dos veículos acabam recuperados dias depois de serem levados pelos bandidos.
“No caso das motos, há grande procura tanto para uso em
assaltos, como para desmanche, afinal, é muito fácil sumir com o chassi e,
feito isso, é possível vender o bloco sem maiores problemas”, diz.
Já os carros costumam ser usados tanto para praticar
assaltos, como para realizar entregas de drogas ou carregar a carne de
abigeato. Outra tendência observada pela polícia é a dos ladrões furtarem
apenas as partes que podem ser comercializadas facilmente, como pneus, bateria
e aparelhos de som e, logo em seguida, abandonarem os carros em qualquer lugar.
Uno, o favorito dos ladrões
A análise dos casos, que chegam quase diariamente à 1ª
Delegacia de Polícia (DP), mostram ser o Fiat Uno o preferido dos ladrões, que
agem em Pelotas. Os modelos anteriores a 2000 lideram a lista dos mais
furtados.
“Acreditamos que a estrutura frágil, fácil de ser
desmanchada e a grande demanda por peças expliquem essa preferência”, comenta.
A escolha em levar carros mais velhos, ao invés de potentes
bólidos recém-saídos da fábrica, está diretamente relacionada na dificuldade em
ligar os carros que possuem chaves codificadas. A partir disso, a bandidagem
prefere apostar nos modelos mais antigos, nos quais fazer uma ligação direta é
razoavelmente fácil.
Ruas perigosas
As ruas próximas a escolas, universidades e hospitais foram
mapeadas pelo investigadores da 1ª DP, como as mais perigosas de se estacionar,
especialmente à noite.
Isso decorre do fato de que os ladrões têm quase certeza da
demora dos proprietários em voltar. Situados nessa zona de conforto agem sem
mais preocupações.
A partir disso recomenda-se cuidado redobrado para quem
pretende deixar o carro em ruas como Gonçalves Chaves ou 3 de Maio (entorno da
Universidade Católica de Pelotas e do Colégio São José), Professor Araújo ou
Santos Dumont (próximo à Santa Casa e ao Hospital da FAU), Marechal Deodoro ou
Doutor Amarante (próximo ao Hospital Universitário São Francisco de Paula) e
Andrade Neves ou Uruguai (ao lado da Beneficência).
Tanto quanto observar em qual rua se irá deixar o carro, o
delegado Bandeira recomenda que os motoristas e motociclistas sejam mais
cuidados com seus bens. “A maior parte das vítimas foi, de alguma forma,
negligente ou descuidada”, diz.
Para evitar que a ocasião faça o ladrão a polícia recomenda
adotar medidas básicas como uso de alarmes, trancas e travas. E, claro, avaliar
se não é mais vantajoso pagar um estacionamento do que arriscar perder o
veículo.
Fonte: Site Diário Popular
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