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domingo, junho 15

Furtos de veículos aumentam em Pelotas

Furtos de veículos aumentam 80% na região
Somente nos quatro primeiros meses deste ano foram registrados 401 casos na Zona Sul

Por: Álvaro Guimarães 
alvaro.policia@diariopopular.com.br

Ao sair de um aniversário no centro de Pelotas, o técnico em computação Ronaldo de Souza, 57, teve a desagradável surpresa de descobrir que seu carro, um VW Voyage 92, havia sido furtado. Um mês depois, continua a pé. Souza é uma das 401 pessoas que tiveram seus veículos furtados este ano na região.

As estatísticas do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO-Sul) mostram que nos últimos dois anos o total de furtos de carros e motos aumentou 80%. No ano passado foram 412 casos entre janeiro e abril, enquanto em 2012 ocorreram 223 furtos nos primeiros quatro meses do ano.

Apesar da pequena redução de 3% na relação 2013-2014, os números ainda são considerados altos e preocupam tanto a polícia, como a população.

Crime pelo crime
Responsável pela investigação dos crimes registrados na área central de Pelotas, o delegado Sandro Bandeira revela que a grande motivação dos furtos registrados na cidade tem sido o uso de motos e automóveis para a prática de outros delitos. Para comprovar sua tese, aponta que entre 60% e 70% dos veículos acabam recuperados dias depois de serem levados pelos bandidos.

“No caso das motos, há grande procura tanto para uso em assaltos, como para desmanche, afinal, é muito fácil sumir com o chassi e, feito isso, é possível vender o bloco sem maiores problemas”, diz.

Já os carros costumam ser usados tanto para praticar assaltos, como para realizar entregas de drogas ou carregar a carne de abigeato. Outra tendência observada pela polícia é a dos ladrões furtarem apenas as partes que podem ser comercializadas facilmente, como pneus, bateria e aparelhos de som e, logo em seguida, abandonarem os carros em qualquer lugar.

Uno, o favorito dos ladrões
A análise dos casos, que chegam quase diariamente à 1ª Delegacia de Polícia (DP), mostram ser o Fiat Uno o preferido dos ladrões, que agem em Pelotas. Os modelos anteriores a 2000 lideram a lista dos mais furtados.

“Acreditamos que a estrutura frágil, fácil de ser desmanchada e a grande demanda por peças expliquem essa preferência”, comenta.

A escolha em levar carros mais velhos, ao invés de potentes bólidos recém-saídos da fábrica, está diretamente relacionada na dificuldade em ligar os carros que possuem chaves codificadas. A partir disso, a bandidagem prefere apostar nos modelos mais antigos, nos quais fazer uma ligação direta é razoavelmente fácil.

Ruas perigosas
As ruas próximas a escolas, universidades e hospitais foram mapeadas pelo investigadores da 1ª DP, como as mais perigosas de se estacionar, especialmente à noite.

Isso decorre do fato de que os ladrões têm quase certeza da demora dos proprietários em voltar. Situados nessa zona de conforto agem sem mais preocupações.

A partir disso recomenda-se cuidado redobrado para quem pretende deixar o carro em ruas como Gonçalves Chaves ou 3 de Maio (entorno da Universidade Católica de Pelotas e do Colégio São José), Professor Araújo ou Santos Dumont (próximo à Santa Casa e ao Hospital da FAU), Marechal Deodoro ou Doutor Amarante (próximo ao Hospital Universitário São Francisco de Paula) e Andrade Neves ou Uruguai (ao lado da Beneficência).

Tanto quanto observar em qual rua se irá deixar o carro, o delegado Bandeira recomenda que os motoristas e motociclistas sejam mais cuidados com seus bens. “A maior parte das vítimas foi, de alguma forma, negligente ou descuidada”, diz.

Para evitar que a ocasião faça o ladrão a polícia recomenda adotar medidas básicas como uso de alarmes, trancas e travas. E, claro, avaliar se não é mais vantajoso pagar um estacionamento do que arriscar perder o veículo.

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