O enfrentamento do tráfico de drogas e da violência decorrentes do comércio e uso dessas substâncias pode estar na legalização das drogas ilícitas. Pesquisadores que se debruçam sobre o uso e os efeitos das drogas defenderam o fim da proibição do consumo em debate que marcou o lançamento do livro Drogas e Cultura: Novas Perspectivas, de autoria de integrantes do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip).
Para eles, a política antidrogas é responsável pelo crescimento da violência e o enriquecimento dos traficantes. O debate ocorreu na sede da organização não governamental Viva Rio.
A opinião dos pesquisadores que participaram da discussão é a de que a solução ou o abrandamento dos problemas causados pelas drogas passam por sua legalização. “É importante que se desenvolva modos de gestão flexíveis, estabelecendo controle da produção, do comércio e do uso dos entorpecentes. Políticas públicas devem ser integradas na solução permanente dos danos decorrentes do uso das drogas”, disse a coordenadora do Núcleo de Estudos das Drogas/Aids e Direitos Humanos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Gilberta Acselrad.
Segundo ela, há uma diferença entre legalização e liberação das drogas. “Sou a favor da legalização, que significa ter uma produção organizada das drogas, gerando a redução dos danos causados pelo uso das mesmas. Enquanto que a liberação transmite uma impressão de falta de controle e permissividade excessiva”, diz.
Segundo ela, há uma diferença entre legalização e liberação das drogas. “Sou a favor da legalização, que significa ter uma produção organizada das drogas, gerando a redução dos danos causados pelo uso das mesmas. Enquanto que a liberação transmite uma impressão de falta de controle e permissividade excessiva”, diz.
Para a pesquisadora, a violência está diretamente relacionada à política antidrogas. “A política antidrogas só promove o aumento da violência e de mortes. Há pesquisas que mostram que morrem mais meninos no estado do Rio, em função do envolvimento com drogas, do que em locais com guerras estabelecidas, como em Israel.”
O antropólogo do Neip, Maurício Fiore, organizador do livro, explicou que o objetivo da obra é promover um debate, quebrando o tabu que o assunto representa na sociedade. Como membro do núcleo de estudos, ele também criticou o que os pesquisadores chamam de proibicionismo, argumentando que essa política, de proibição do uso da droga, limita a disseminação da informação.
Ele defendeu a liberdade individual, dizendo ser contra a interferência do Estado sobre o uso que o indivíduo faz do seu próprio corpo, quando não causa dano a terceiros. Além disso, explicou a importância do tema ser explorado sob outros aspectos. “Não se trata de ignorar o papel da medicina, mas não deve haver um monopólio da área de saúde quando se trata de drogas. É preciso estudar o assunto sob um olhar multidisciplinar, sobretudo levando em consideração o aspecto cultural, como fizemos no livro”, explicou Fiore.
O foco do livro e dos estudos do Neip está justamente na defesa da multidisciplinariedade, que leva ao aprendizado cada vez maior sobre o tema, sob diversos aspectos, conforme defendem os pesquisadores. “Temos que estudar para aprender e não para promover um combate contra as drogas”, disse Fiore. A obra reúne a conclusão de estudos desenvolvidos por 17 pesquisadores.
Fundado em 2001, o Neip é um núcleo de pesquisas sobre substâncias psicoativas que reúne especialistas da área de ciências humanas, vinculados a diversas instituições. Seu objetivo é promover uma reflexão sobre o tema e trazer o foco da discussão sobre o problema das drogas também para a área de ciências humanas, geralmente dominado por profissionais da área de saúde.
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Ele defendeu a liberdade individual, dizendo ser contra a interferência do Estado sobre o uso que o indivíduo faz do seu próprio corpo, quando não causa dano a terceiros. Além disso, explicou a importância do tema ser explorado sob outros aspectos. “Não se trata de ignorar o papel da medicina, mas não deve haver um monopólio da área de saúde quando se trata de drogas. É preciso estudar o assunto sob um olhar multidisciplinar, sobretudo levando em consideração o aspecto cultural, como fizemos no livro”, explicou Fiore.
O foco do livro e dos estudos do Neip está justamente na defesa da multidisciplinariedade, que leva ao aprendizado cada vez maior sobre o tema, sob diversos aspectos, conforme defendem os pesquisadores. “Temos que estudar para aprender e não para promover um combate contra as drogas”, disse Fiore. A obra reúne a conclusão de estudos desenvolvidos por 17 pesquisadores.
Fundado em 2001, o Neip é um núcleo de pesquisas sobre substâncias psicoativas que reúne especialistas da área de ciências humanas, vinculados a diversas instituições. Seu objetivo é promover uma reflexão sobre o tema e trazer o foco da discussão sobre o problema das drogas também para a área de ciências humanas, geralmente dominado por profissionais da área de saúde.
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