No Domingo passado publiquei um 'post' aqui no Blog chamando atenção para o Programa Fantástico da Rede Globo que dedicou um quadro no qual mostrou reportagem sobre clínicas de Salvador, Belém e Rio de Janeiro dedicadas a realização de abortos provocados 'clandestinamente'.
Todas as clínicas mostradas na reportagem atendiam mulheres de todas as faixas etárias, mas pareciam voltadas a uma classe que poderíamos chamar de 'C', ou seja, de mulheres pobres, de parcas condições financeiras.
Não obstante a reportagem traga à tona questão importante, não mostrou - e certamente existem - clínicas frequentadas por mulheres das classes 'A' e 'B', que também procuram médicos, enfermeiros, curiosos em clínicas particulares para submeterem-se a interrupções de gestação.
Além disso, a reportagem poderia ter discutido e evidenciado o número de mulheres que são vitimadas em razão de abortos mal sucedidos, realizados em clínicas cujas condições gerais - de técnica e asseio - contribuem fortemente para esse resultado.
O jornalismo - que tem compromisso com a informação - poderia ter aproveitado para esclarecer sobre a necessidade da adoção de políticas sérias de respeito à saúde, assim como de planejamento familiar, com informações sobre meios e métodos de concepção e contracepção.
De todo o modo, o quadro do Programa Fantástico oportunizou reflexão sobre o tema que, além de ser de Direito Penal, também é, salvo melhor juízo, de saúde pública.
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