Militar reafirmou ontem ao MP que intermediava interesses entre servidores e contraventores.
Em novo depoimento prestado ontem ao Ministério Público de Canoas, o sargento César Rodrigues de Carvalho reafirmou que intermediava interesses de servidores do Palácio Piratini com contraventores. Preso no dia 3 por suspeita de extorsão a exploradores de bingos e caça-níqueis, o sargento, que era lotado na Casa Militar do Piratini, foi solto ontem.
Rodrigues disse ao promotor Amilcar Macedo ter recebido ordens para “contatar comerciantes e combinar como seria aliviada a jogatina ilegal”. Os comerciantes a que ele se referiu no depoimento seriam contraventores.
– A relação dele era no sentido de cumprir ordens, fazer contatos para que a pressão sobre o jogo fosse aliviada. Tinha de contatar autoridades para que aliviassem o jogo – disse Macedo.
Conforme o promotor, Rodrigues sustentou que agia a mando de funcionários civis e militares do Piratini, inclusive em relação a pesquisas de dados sigilosos que fazia no sistema Consultas Integradas (ferramenta que reúne informações da área da segurança pública e do Judiciário).
O promotor ressaltou que o depoimento, que durou cerca de três horas, foi “esclarecedor”. Além de confirmar nomes de supostos envolvidos que já havia citado, o sargento entregou provas ao MP, que serão analisadas.
Assessores e ex-assessores do Piratini serão chamados a depor a partir de segunda-feira. Três nomes já estão confirmados: Ricardo Lied, ex-chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius, Walna Meneses e a jornalista Sandra Terra.
Depois do depoimento do sargento, o promotor Macedo se manifestou pela liberdade dele, já que não haveria mais como o militar interferir na investigação ou na coleta de provas (principal motivo que levou à decretação de sua prisão). O MP deve concluir até o final da semana a análise dos cerca de 95 mil acessos que Rodrigues fez no sistema Consultas Integradas entre janeiro de 2009 e agosto de 2010.
(Fonte: Zero Hora)
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