Novo secretário da Segurança Pública afirma que sistema prisional gaúcho era modelo para o Brasil até 2002.
O atual diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e futuro secretário da Segurança do Rio Grande do Sul, Airton Michels, afirmou nesta segunda-feira que o modelo atual de presídios no Estado contribui para gerar maiores índices de criminalidade.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Michels detalhou algumas de suas ideias para resolver o déficit prisional. Também aproveitou para fazer uma crítica indireta às administrações de Yeda Crusius e Germano Rigotto nos últimos oito anos, ao dizer que, até 2002, o sistema prisional gaúcho era modelo para o restante do país.
— Temos que criar infraestrutura prisional. É um tema de solução para médio e longo prazo. Teremos que construir cadeias médias, pequenas e grandes, mas que atendam às necessidades dos municípios. Podemos fazer cadeias mais baratas e mais eficientes. Em vez de construir cinco cadeias de alto custo, podemos fazer 15, 20 com o mesmo valor — detalhou.
Michels também defendeu a desativação do Presídio Central, mas ressalvou que "trata-se de um local público de grande valor". O novo secretário se mostrou contrário à construção de casas prisionais sem licitação.
Aposta na prevenção
Para diminuir a violência no Estado, Airton Michels aposta em ações preventivas aos crimes. A ideia, segundo ele, é inserir o Estado nas comunidades mais violentas e diminuir o medo que as pessoas têm de denunciar crimes.
— Não adianta continuarmos apenas resolvendo a consequência. Muitos dos inquéritos policiais chegam (ao judiciário) com autoria desconhecida. Pessoas morrem, são assassinadas e a polícia não descobre o autor do fato. Isso ocorre porque há um domínio de grupos que impõe a lei do silêncio — explica.
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