PF e Viva Brasil defendem controle de armas nas fronteiras
Já o Instituto Viva Rio afirma que menos de 10% das armas apreendidas no Brasil são estrangeiras.
Para ONG Sou da Paz, o essencial é evitar que armas legalizadas abasteçam o mercado ilegal.
Representantes da indústria de armas, do governo e de organizações não governamentais (ONGs) a favor e contra o desarmamento divergiram, ontem (28), sobre como fazer o controle de armas no Brasil.
A discussão ocorreu em audiência pública da qual participaram os representantes das entidades promovida pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara de Deputados.
Para o presidente do Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa, o controle deve ser feito nas fronteiras e no combate ao contrabando de armas, e não cerceando ainda mais o direito do cidadão de portar armas. “Estão jogando a culpa da segurança nas costas do cidadão honesto”, reclamou.
Segundo ele, não há relação entre a venda legal de armas e o número de homicídios. Ele citou como exemplo o caso do estado de São Paulo, que tem o menor índice de homicídios do País e o maior número de armas legais. “O cidadão com arma legalizada não abastece as organizações criminosas”, disse.
O chefe do Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal, delegado Douglas Morgan Saldanha, também defendeu o policiamento de fronteira. Segundo ele, a dificuldade em controlar essas áreas se dá pela desarmonia legislativa entre os países da América do Sul com relação ao controle de armas.
Desarmamento
Já a diretora do Instituto Sou da Paz, Melina Risso, afirma ser impossível fazer uma distinção entre mercado formal e informal de armas. “É um mito acharmos que há armas do bem e armas do mal. O mercado ilegal é abastecido pelo legal”, disse.
Para Melina Risso, falta organização no compartilhamento de dados sobre o porte de armas entre os órgãos do governo. “É essencial entender como uma arma que estava no mercado legal foi parar na ilegalidade”, explica.
O coordenador do programa de controle de armas do Viva Rio, Antônio Rangel Bandeira, cobrou mais pesquisas para nortear as políticas de segurança do País.
Segundo ele, as informações sobre a produção e a comercialização de armas ainda são desconhecidas. “A única forma de nossa polícia ter eficiência é basear-se em conhecimento científico”, afirmou.
Bandeira disse ainda que o contrabando não é a fonte das armas utilizadas em crimes no Brasil. “Entre 7% e 10% das armas apreendidas no Brasil são estrangeiras. Vamos acabar com esse mito de que o que nos atinge são armas estrangeiras”, disse o coordenador, citando dados de pesquisa do Viva Rio sobre apreensão de armas nos últimos 10 anos.
Tanto o Viva Rio quanto o Instituto Sou da Paz participaram da campanha a favor do desarmamento e da proibição do comércio de armas no Brasil.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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