Quadrilha foi desarticulada neste mês e era liderada por Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona.
A organização criminosa que era comandada de dentro da Pasc pelo apenado ‘Maradona’ tinha lucro semanal de até R$ 200 mil. A quadrilha foi desarticulada neste mês numa operação do Ministério Público de Canoas e do Serviço de Inteligência do Comando Metropolitano da Brigada Militar.
O principal líder, Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, foi transferido para presídio federal de segurança máxima no Paraná.
A organização agia no tráfico de drogas e armas, roubo de veículos e investimentos em estabelecimentos comerciais e imóveis para lavagem de dinheiro.
Uma reportagem exibida no programa Fantástico ontem (17) mostrou detalhes da operação.
Na quinta, dia 7 de abril, outra operação havia sido deflagrada pelo Denarc contra a mesma quadrilha.
Durante a investigação, que teve início em dezembro do ano passado, 23 pessoas foram detidas e 80 mil ligações gravadas com autorização da Justiça. Os arquivos revelam como as ordens saíam da cadeia e eram executadas pelos integrantes de uma das maiores facções do Sul do Brasil, denominada "Os Manos".
Conectado praticamente 24 horas por dia, Maradona tinha, pelo menos, oito telefones, o que possibilitava acesso à Internet. O uso do celular era tão frequente que uma das escutas mostra Maradona, de dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), conversando com a mulher sobre a casa da família dele, que tem 50 cômodos e fica na periferia de Novo Hamburgo:
— Do lado da porta, ali, que entra, aquela lateral ali? Aquela lamparina ali, botar duas luz negras, ali. Será que fica legal? — perguntou o criminoso.
Maradona ordenava o tráfico de drogas, de armas, roubo de veículos e também homicídios. Em uma das escutas, ele manda um integrante da quadrilha matar um inimigo. A Brigada Militar chegou no local logo depois dos disparos e conseguiu prender o integrante da quadrilha comandada por Maradona. O homem foi detido enquanto ainda falava ao celular. Apesar de levar vários tiros, a vítima sobreviveu.
Em outro caso, Maradona achava que tinha sido traído pela mulher enquanto esteve preso em Catanduvas, no Paraná, e mandou matar o suposto amante dela, Fabrício da Rosa. A vítima levou vários tiros e foi hospitalizada em Novo Hamburgo. A influência da facção criminosa é tão grande que Maradona tinha informante até no hospital.
Em outro trecho das escutas, o criminoso revela que queria lançar sua mulher como candidata a vereadora em Novo Hamburgo nas próximas eleições:
— A comadre, eu vou lançar ela. Ano que vem, palanqueamos ela, aí, entendeu? Imagina eu com o dinheiro de Novo Hamburgo, o caixa de Novo Hamburgo na mão, compadre? — disse Maradona.
A investigação apontou que o dinheiro para sustentar a quadrilha vinha principalmente do tráfico de drogas. Maradona comprava por telefone a cocaína, que vinha de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
O repórter Giovani Grizotti esteve no local e confirmou que camelôs fazem contato com traficantes para vender a droga, chamada de "escama". Os vendedores oferecem até pessoas que fazem o transporte da mercadoria por cerca de R$ 4 mil.
Escutas também mostram a intenção de Maradona de fazer uma doação à Brigada MIlitar, para compra de uma viatura. Além disso, Maradona teria pago R$ 4 mil à Polícia para reaver uma moto, que seria do irmão dele, e foi apreendida durante uma blitz da corporação. Outra escuta revela que um policial civil de Novo Hamburgo poderia ser informante de Maradona.
Fonte: Site Zero
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