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quinta-feira, maio 26

Revista em prisão de Campo Grande/MS termina com preso ferido

A revista surpresa que o batalhão de choque da Polícia Militar fez na manhã de terça-feira (24/5), na Penitenciária de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande/MS, apreendeu celulares e droga. À tarde, durante inspeção do mutirão carcerário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Mato Grosso do Sul, os presos de um dos pavilhões mostraram outros resultados da inspeção: humilhação e agressões.


Um detento mostrou as marcas que uma arma elétrica usada pelos policiais fez nas suas costas. A agressão teria ocorrido porque ele se recusou a tocar no escudo usado pelo batalhão de choque. Segundo o diretor da unidade, João Bosco, isso seria um procedimento comum durante as revistas. “Os presos dos outros pavilhões não reclamaram”, disse.

Segundo o preso, ele não cumpriu a ordem do policial porque temeu futuras retaliações de seus colegas de ala. “Ladrão é ladrão. Polícia é polícia. Imagina o que o ladrão (demais presos do pavilhão) pensa quando vê um policial humilhando o preso assim?”, perguntou o detento, que foi condenado junto com outro colega a 10 dias de “isolamento preventivo” como castigo pela exaltação que sua atitude gerou nos demais presos.

O diretor disse que não acompanhou a revista in loco, mas que qualquer abuso será investigado. O juiz auxiliar da Presidência do CNJ Márcio Fraga comentou que o episódio é “lamentavelmente comum”, de acordo com as inspeções do mutirão carcerário do CNJ. “É preciso encontrar um meio-termo entre a disciplina dentro da prisão e o tato necessário em uma abordagem dessas”, afirmou.

O episódio será incluído no relatório da última inspeção a unidades prisionais que o Mutirão Carcerário do CNJ no Mato Grosso do Sul está concluindo. A mobilização terminou na terça (24/5) com a análise de 8.675 processos e o reconhecimento do direito de benefícios a 992 presos.

Fonte: Agência CNJ de Notícias

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