Ele mostra que dez desses casos ocorreram após o engenheiro Marcelo Málvio Alves de Lima, de 36 anos, causar a morte da advogada Carolina Menezes Cintra Santos, de 28.
Segundo a polícia, ele dirigia alcoolizado e em alta velocidade seu Porsche 911 turbo, no Itaim-Bibi, zona sul. O motorista, acusado, nega.
O acidente com o Porsche no dia 9 de julho foi um ponto de inflexão na forma como a polícia trata os acusados desses crimes na capital. Até então, só haviam sido acusados de homicídio doloso ao volante um motoboy que atropelou um PM na Rodovia Raposo Tavares, dois rapazes que participavam de um racha na zona leste e outros dois acusados de roubo que mataram no trânsito durante perseguição policial.
O fato de ter bebido antes de provocar o acidente passou a ser preponderante para o indiciamento por homicídio doloso, depois de 9 de julho. Foi uma decisão do diretor da Polícia Judiciária da Capital, delegado Carlos José Paschoal de Toledo.
Depois disso, foram dez prisões. Em nove delas, a ingestão de álcool - normalmente associada à alta velocidade - foi tomada pela polícia como indicativo de que o motorista assumiu o risco de matar. Nenhum desses nove indiciados continua preso - todos obtiveram o direito de responder ao processo em liberdade. Além dos 16 casos com morte, houve um enquadrado como tentativa de homicídio e outro como lesão corporal dolosa.
Os dados mostram que os motoristas jovens são os menos prudentes. De 16 detidos, nove têm entre 19 e 29 anos - só três acima dos 40.Todos são homens. A região recordista de prisões por morte no trânsito em geral foi a zona leste (seis casos). Quando só a bebida é a causa do acidente, as zonas sul e oeste, conhecidas pela vida noturna, respondem por sete dos nove casos - três na zona oeste e quatro na zona sul.
Entre os casos em que a bebida foi apontada como fundamental para a ocorrência das mortes, os veículos conduzidos são: dois Gols, um Golf, um Fiesta, um caminhão, um Peugeot 206, um Porsche 911 Turbo, uma Toyota Hilux e um Camaro.
Proximidade. Nem sempre a vítima do motorista alcoolizado é um pedestre ou um desconhecido. Em um acidente no dia 20, na Avenida do Cursino, zona sul, um comerciante de 22 anos dirigia em alta velocidade e alcoolizado, segundo a polícia, quando bateu em um caminhão de lixo. O passageiro foi arremessado para fora do carro e morreu na hora. Eram amigos de infância. Situação semelhante aconteceu com um caminhoneiro que, alcoolizado, bateu na parede do Túnel Ayrton Senna e viu seu ajudante morrer, em 28 de agosto.
Fonte: O Estadão
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