A OAB do Rio de Janeiro suspendeu preventivamente os registros dos três advogados que estavam com o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, na ocasião de sua prisão. O chefe do tráfico na favela da Rocinha foi encontrado dentro do porta-malas de um carro com mais três ocupantes em uma blitz da polícia na madrugada de 10 de novembro.
Os advogados Demóstenes Armando Dantas Cruz e Luiz Carlos Cavalcanti Azenha permanecem presos. Demóstenes tinha concorrido na OAB carioca, a uma das últimas listas sêxtuplas, pretendendo a nomeação para desembargador do TJ-RJ. Fez apenas quatro votos.
André Luiz Soares Cruz - que é filho de Demóstenes - responde em liberdade por favorecimento pessoal. André foi o advogado que se apresentou como cônsul honorário da República Democrática do Congo. Ele era o diretor jurídico do Conselho Nacional dos Peritos Judiciais da República Federativa do Brasil (Conpej); e Demóstenes, assessor do mesmo departamento.
A suspensão preventiva dos advogados foi determinada pelo do Tribunal de Ética e Disciplina da entidade e durará 90 dias. Durante esse período, os advogados poderão apresentar a defesa e serão julgados internamente. Caso a entidade considere que houve má-fé na conduta dos profissionais, eles perderão os registros permanentemente. Segundo a OAB-RJ, neste ano já houve 30 expulsões da entidade.
Quando a polícia realizou a operação, um dos três se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio.
Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia; ele trazia consigo R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.
Fonte: O Estadão
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