Ex-ministro da Justiça cobrou R$ 15 milhões para defender Carlinhos
Cachoeira
O procurador regional da República no Rio Grande do Sul,
Manoel Pastana, entrou nesta terça-feira com representação na Procuradoria da
República de Goiás, responsável pelas ações do caso do contraventor Carlinhos
Cachoeira, para solicitar que o advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz
Bastos, que o defende, seja investigado pelo recebimento de honorários
advocatícios vindos de uma pessoa sem renda lícita condizente.
Pastana lembrou que os bens e recursos de Cachoeira foram
bloqueados, já que é alvo de CPI no Senado, e que, por essa razão não há como
ele custear o contrato advocatício, orçado em R$ 15 milhões. O procurador
ressaltou, ainda, que a renda declarada do contraventor, de R$ 200 mil por ano,
não é suficiente para arcar com o valor milionário cobrado pelo defensor.
O principal objetivo da representação, de acordo com
Pestana, é provocar o Ministério Público Federal a agir no sentido de verificar
a origem do dinheiro utilizado para o pagamento de Thomaz Bastos. O recebimento
de honorários vindos de fontes ilegais pode configurar crime de lavagem de
dinheiro, com pena de três a 10 anos de prisão, ou de receptação culposa, com
pena de um mês a um ano de reclusão.
Conforme o procurador, deixar que Thomaz Bastos receba
recursos de alguém investigado por uma série de atos ilícitos, que dão ensejo à
lavagem de dinheiro, equivale a permitir que Cachoeira tire proveito do produto
do crime e que os recursos sujos ingressem no patrimônio do representante e
passem a circular como capitais limpos.
O ex-ministro da Justiça, disse, por meio de nota, que nunca
foi questionado dessa forma em toda a carreira e que as indagações do
procurador são um "retrocesso autoritário" e uma "tentativa de
intimidação". Thomaz Bastos afirmou, ainda, que Pastana confunde réu e advogado,
configurando abuso do direito de ação.
Fonte: Site Correio do Povo
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