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terça-feira, maio 29

Procurador da República no RS pede que Thomaz Bastos seja investigado



Ex-ministro da Justiça cobrou R$ 15 milhões para defender Carlinhos Cachoeira

O procurador regional da República no Rio Grande do Sul, Manoel Pastana, entrou nesta terça-feira com representação na Procuradoria da República de Goiás, responsável pelas ações do caso do contraventor Carlinhos Cachoeira, para solicitar que o advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que o defende, seja investigado pelo recebimento de honorários advocatícios vindos de uma pessoa sem renda lícita condizente.

Pastana lembrou que os bens e recursos de Cachoeira foram bloqueados, já que é alvo de CPI no Senado, e que, por essa razão não há como ele custear o contrato advocatício, orçado em R$ 15 milhões. O procurador ressaltou, ainda, que a renda declarada do contraventor, de R$ 200 mil por ano, não é suficiente para arcar com o valor milionário cobrado pelo defensor.

O principal objetivo da representação, de acordo com Pestana, é provocar o Ministério Público Federal a agir no sentido de verificar a origem do dinheiro utilizado para o pagamento de Thomaz Bastos. O recebimento de honorários vindos de fontes ilegais pode configurar crime de lavagem de dinheiro, com pena de três a 10 anos de prisão, ou de receptação culposa, com pena de um mês a um ano de reclusão.

Conforme o procurador, deixar que Thomaz Bastos receba recursos de alguém investigado por uma série de atos ilícitos, que dão ensejo à lavagem de dinheiro, equivale a permitir que Cachoeira tire proveito do produto do crime e que os recursos sujos ingressem no patrimônio do representante e passem a circular como capitais limpos.

O ex-ministro da Justiça, disse, por meio de nota, que nunca foi questionado dessa forma em toda a carreira e que as indagações do procurador são um "retrocesso autoritário" e uma "tentativa de intimidação". Thomaz Bastos afirmou, ainda, que Pastana confunde réu e advogado, configurando abuso do direito de ação.

Fonte: Site Correio do Povo 

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