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terça-feira, maio 1

Sistema prisional: Presídio Central deixa de receber presos condenados


O  Presídio Central de Porto Alegre começou a se adequar, nesta terça-feira, a sua função original, a de guardar apenas presos provisórios. Maior prisão do Estado, ele já não recebe criminosos condenados. Só podem ingressar pessoas que foram presas em flagrante ou mediante ordens de prisão preventiva ou temporária.

A regra não vale para os condenados que já estão no Central, apenas para os que são capturados nas ruas. Agora eles são enviados para as penitenciárias Estadual do Jacuí (PEJ) e Modulada de Charqueadas, ambas no município de Charqueadas. A regra obedece a uma determinação do juiz Sidinei Brzuska, da Vara de Execuções Criminais (VEC), para tentar esvaziar o Central, há anos considerado o pior e mais superlotado presídio brasileiro.

— Desde 1995 existe um acórdão do Tribunal de Justiça estadual (TJ) vetando o ingresso de condenados no Presídio Central, mas esta ordem nunca foi cumprida — justifica o magistrado, no despacho que reiterou a determinação.

Matéria do jornal Zero Hora informa que quando foi inaugurado, em 1959, o Central só deveria abrigar presos não condenados. Isso acabou desvirtuado. Hoje tem mais presos condenados (2.506) do que provisórios (2.100). A decisão de impedir o ingresso de condenados não tem provocado um caos no sistema. Isso porque, da média de 40 presos que desembarcam no Central a cada dia, menos de 10% é composto por condenados com pena em vigor. Hoje, por exemplo, só ingressou um foragido no presídio — e não era sentenciado.

Quando chegam condenados no Central, a direção os acolhe no setor de Triagem, onde seus antecedentes são examinados.

— Ficamos no máximo 12 horas com eles, antes de mandá-los para Charqueadas — comenta o diretor do Presídio Central, tenente-coronel Leandro Santiago, da Brigada Militar.

Desde 1º de novembro a direção do Central já vinha se recusando a aceitar foragidos recapturados que não tivessem sido surpreendidos cometendo delito nas ruas. Desde hoje, mesmo os flagrados cometendo crimes, se estiverem foragidos, serão levados para Charqueadas.

— Foram várias medidas tomadas para diminuir a superlotação. Já não vínhamos aceitando foragidos que só tivessem condenação pelo regime semiaberto. Agora, mais uma restrição está em vigor — contabiliza o superintendente da Superintendência de Serviços Penitenciários, Gelson Treiesleben.

Ele diz que a Susepe se prepara para remoções em massa de presos até junho, quando três novos lugares para guarnecer presos devem ser inaugurados na Região Metropolitana. Entre os preparativos está o treinamento de três centenas de agentes penitenciários.

Fonte: Site Zero Hora

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