Candidatos aparecem oferecendo
dinheiro e favores em gravações.
Entre 49 denunciados, estão os
dois candidatos a prefeito e os vices.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou 49
pessoas na esfera criminal – por crimes como formação de quadrilha, peculato,
entre outros – e 15 pessoas na esfera eleitoral por esquema de compra de votos
no municípios de São José do Ouro, no Norte do estado. Entre os denunciados
estão os dois candidatos a prefeito (um deles é o atual vice-prefeito), os dois
candidatos a vice-prefeito e um candidato a vereador, além de eleitores e
secretários municipais envolvidos no esquema.
Os dois candidatos são suspeitos de envolvimento de compra
de votos no município de quase 7 mil habitantes que fica a 406 quilômetros de
distância de Porto Alegre. As informações da operação Voto Limpo foram
detalhadas na tarde desta quarta-feira (3). Segundo o MP, o esquema de compra
de votos e uma série de outros crimes foi comprovado a partir de escutas
telefônicas autorizadas pela Justiça. Foram feitas mais de 300 gravações, nas
quais candidatos e membros da administração municipal aparecem comprando votos
em troca de pequenos favores ou a promessa de cargos públicos.
“Eu nunca vi nada parecido na minha carreira. Nas gravações,
são oferecidos vale-gás, vale-combustível, consultas médicas, exames de
ressonância magnética, dinheiro para cá e para lá. Tem de tudo o que se possa
imaginar”, afirmou o subprocurador-geral de Justiça para assuntos
institucionais, Marcelo Dornelles.
Entre as gravações obtidas pelo MP, também aparece um
policial civil que é candidato a vereador. Ele promete a obtenção de uma
carteira de motorista em troca de voto. Também chama a atenção na escuta a
compra de votos por pequenos quantias, como duas caixas de cerveja e um bolo de
dois quilos para uma festa de aniversário.
Segundo a promotora de São José do Ouro, Bianca de Araújo, a
eleição do próximo domingo, dia 7 de outubro, está mantida no município por não
haver tempo hábil para julgamento. “Os denunciados já estão recebendo as
notificações. A partir disso, esperamos a cassação dos candidatos, em razão das
provas robustas que temos, e a condenação dos denunciados por crimes comuns”,
afirmou.
Fonte: Site G1 RS
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