Jovem vive escondido em outro Estado,
amparado por programa de proteção.
Promotor arrolou outras cinco
testemunhas e diz acreditar na condenação.
O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, responsável
pela acusação dos cinco réus no julgamento do caso Eliza Samudio, diz que sua
expectativa é de que "os réus sejam todos eles condenados".
Ele arrolou cinco testemunhas para o júri popular, que terá
início no próximo dia 19 de novembro: o detento Jaílson Alves de Oliveira, que
diz ter ouvido uma confissão de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; Cleiton
Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes; uma testemunha da oitiva de
Cleiton pela polícia; a delegada Ana Maria dos Santos, que ouviu o então
adolescente Jorge Lisboa Rosa; e uma assistente técnico-jurídico do sistema
socioeducativo de Minas Gerais, que acompanhou a primeira oitiva feita pela
polícia com Jorge, quando ele trouxe à tona os primeiros detalhes do
assassinato.
Para o promotor, a participação dessa agente do estado será
"especialmente importante", uma vez que Jorge Rosa se recusou a
participar do julgamento – como ele é um informante, não uma testemunha, ele
não pode ser obrigado a testemunhar. Segundo o promotor, o jovem se encontra em outro Estado e
amparado por programa de proteção a crianças e adolescentes ameaçados de morte.
Para Castro, Jorge está com medo, em razão de sua posição. O rapaz já cumpriu
pena socioeducativa pela participação no crime.
Duas a três semanas
Durante o debate, o promotor terá cinco horas para exibir
mídias – inclusive reportagens em
que Eliza aparecia dizendo ser ameaçada por Bruno – e outras
cinco para a sustentação oral. A defesa também terá duas horas para cada um dos
cinco réus, sendo uma para exibição de mídias. Ao final, haverá duas horas para
réplica e outras duas para tréplica.
Devido à quantidade de réus e à complexidade do caso, o
promotor diz que espera que o júri dure entre duas e três semanas.
"Certamente é o julgamento mais longo em que já atuei."
Para Castro, é inevitável que os jurados tenham sido
influenciados pela ampla divulgação que o caso teve.
Ele foi duro contra a defesa dos réus, dizendo que ela busca "plantar a dúvida" na sociedade "e nas consciências dos sete jurados – que esperamos irão condenar esses réus". "A defesa tem trabalhado plantando a dificuldade para colher a facilidade." Ele se referia especificamente a notícias que começaram a ser veiculadas de que Eliza trocou de nome, passando a se chamar Olívia, e estaria vivendo na Europa, afirmação que ele rotulou como uma "galhofa". "Tenho afirmado, na simetria da galhofa da defesa, que se Eliza hoje tem esse nome, só se fosse Olívia Palito."
Ele foi duro contra a defesa dos réus, dizendo que ela busca "plantar a dúvida" na sociedade "e nas consciências dos sete jurados – que esperamos irão condenar esses réus". "A defesa tem trabalhado plantando a dificuldade para colher a facilidade." Ele se referia especificamente a notícias que começaram a ser veiculadas de que Eliza trocou de nome, passando a se chamar Olívia, e estaria vivendo na Europa, afirmação que ele rotulou como uma "galhofa". "Tenho afirmado, na simetria da galhofa da defesa, que se Eliza hoje tem esse nome, só se fosse Olívia Palito."
Além disso, o promotor reafirmou ter provas contra Bruno,
que seria "o grande motivador desse assassinato", e ele classificou
de "anti-herói e falso-ídolo", "que sai da favela e não tem a
favela emancipada de si".
O júri
Para o júri popular, serão convocadas 25 pessoas que moram
em Contagem, que são maiores de 18 anos e que não têm antecedentes criminais.
Sete delas serão escolhidas por sorteio. Elas vão ocupar as cadeiras da sala
onde acorrerá o julgamento, e o restante será dispensado.
Quando o júri começar, serão ouvidas 30 testemunhas de
acusação e de defesa, além de três autoridades policiais. Somente depois, os
réus começam a ser interrogados.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram
pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de
Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de
2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz
um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança.
Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
Entenda as acusações
Em 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão
julgados no Tribunal do Júri de Contagem. O goleiro e o amigo Luiz Henrique
Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente
qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas
acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao
processo em liberdade.
Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está
preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e
ocultação de cadáver.
Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de
Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa – contribuíram
com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no
sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques,
amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas,
respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes
de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere
privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e
respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a
ser indiciado, foi inocentado.
Fonte: Site G1
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