Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 27, o
Procurador-Geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, o Promotor de Justiça do
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) João Beltrame
e a Promotora de Justiça de Alvorada Rita Conte Soeiro de Souza deram mais
detalhes sobre a Operação Rousseau III. Agentes do Gaeco cumpriram 25 mandados
de busca e apreensão, sendo 17 no Rio Grande do Sul, cinco no Paraná e três em
São Paulo.
Foram denunciadas pelo Ministério Público 117 pessoas pelos crimes
de formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistema de informações
públicas. Conforme as investigações, eles fraudaram os documentos de 173
veículos que haviam sido comprados em leilões em São Paulo entre 2010 e 2013. A
eles, são imputadas 546 condutas criminosas.
Também participaram da coletiva o Presidente do Detran,
Leonardo Kauer, e o ex-Diretor Presidente da autarquia e atual Secretário
Estadual de Administração e Recursos Humanos, Alessandro Barcellos. O
Procurador-Geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, reiterou a importância da
parceria entre as instituições: “o Detran, assim como os cidadãos, é vítima
desse problema, e a união de esforços possibilitou que esse núcleo de fraude
fosse estancado”.
A FRAUDE
Conforme o Promotor de Justiça João Beltame, veículos
acidentados vendidos por seguradoras em leilões em São Paulo eram comprados por
empresários ou particulares do Rio Grande do Sul. Depois de consertados e
inspecionados por mecânicas autorizadas pelo InMetro, seguiam para seus novos
proprietários, mas com a anotação no Certificado de Segurança Veicular (CSV) de
que o veículo era sinistrado. Ao seguir para o CRVA 0023, de Alvorada (onde foi
cumprido mandado de busca e apreensão), essa anotação era retirada. Dessa
forma, o lucro com a fraude foi de R$ 1,285 milhão.
Além dos mandados, 12 pessoas, credenciadas ao Detran, bem
como o CRVA 0023, tiveram suas atividades suspensas por determinação judicial.
A Corregedoria do Detran analisou as documentações de 150
mil veículos. Desses, cinco mil em 53 cidades gaúchas apresentam indícios de
fraude e também serão investigados pelo MP. Conforme o Presidente da autarquia,
Leonardo Kauer, além dos compradores, toda a sociedade é vítima, já que a
fraude provoca riscos ao trânsito, na medida em que automóveis e motocicletas
sem condições de trafegar podem estar circulando e, inclusive, causar
acidentes. Além disso, ele acredita que a fraude ocorra em outros estados do
país e, por isso, o Denatran foi informado. Os compradores dos 173 veículos
fraudados serão notificados pelo Detran, que se reunirá com os CRVAs.
Fonte: Site do MPRS
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