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segunda-feira, maio 4

Maior parte das vítimas de homicídio em Rio Grande é usuária de drogas ou traficante


Em Pelotas, tráfico de drogas está associado aos 31 crimes cometidos na cidade até o dia 30 de abril

Por: Álvaro Guimarães 
alvaro.policia@diariopopular.com.br
Diário Popular, edição 04 de maio

É opinião corrente entre delegados e oficiais da Brigada Militar (BM) na região que o narcotráfico está direta ou indiretamente ligado ao crescimento da maior parte dos crimes registrados.

“A maior parte das vítimas dos crimes que investigamos ou é de usuários de drogas ou de traficantes rivais”, confirma o delegado Rafael Patella, da 1ª DP de Rio Grande, responsável pela investigação de 80% dos assassinatos ocorridos na cidade este ano.

Em Pelotas, o titular da Delegacia de Homicídios, Félix Rafanhim, admite que o tráfico aparece associado à maior parte dos 31 crimes cometidos na cidade em 2015. Na Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), o delegado Guilherme Calderipe confirma a ligação do consumo ou comércio de drogas, tanto como motivador, como financiador de boa parte dos 836 assaltos praticados em Pelotas este ano.

Para tentar reduzir os danos causados pelo tráfico, o governo do Estado decidiu criar uma câmara setorial para desenvolver um projeto social com o objetivo de promover a paz, reduzindo índices de criminalidade e focado, especialmente, na questão da drogadição.

O programa deve ser ancorado em eixos como prevenção, educação, cultura, lazer, esporte e reinserção social com empregabilidade às pessoas em recuperação do uso de drogas.

O tratamento planejado envolve desde a retirada do dependente das ruas até modos de ajudá-lo a manter sua abstinência. “A ação policial surgirá como forma de coibir o tráfico prevenindo o crescimento da criminalidade”, diz o secretário Jacini.

De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos, César Faccioli, atualmente o Estado tem sete mil vagas em comunidades terapêuticas, dessas, apenas 5.400 estão ocupadas e 1.600 estão à disposição.

Uma nova reunião está marcada para o dia 8 de maio e a intenção é de que o programa seja lançado ainda neste primeiro semestre.
80% das vítimas de homicídios no RS tinham antecedentes policiais

O levantamento elaborado pela Divisão de Estatística Criminal da SSP ainda revela que 81,5% das vítimas de homicídios no Rio Grande do Sul este ano possuíam antecedentes criminais.

O estudo aponta, também, que 42,5% dos assassinados haviam passado pelo sistema prisional, seja por prisão provisória ou com sentença transitada em julgado. Para o secretário da Segurança Pública, Wantuir Jacini, as estatísticas só reforçam a tese de que a legislação atual não atende às reais demandas da sociedade. “Como já foi divulgado, as polícias efetuaram mais de 36 mil prisões no RS neste primeiro trimestre. Os números comprovam que o ‘prende e solta’ é um dos grandes desafios que enfrentamos no cotidiano das nossas atividades”, ressalta.

A análise dos crimes ao longo dos dias da semana e dos turnos sinaliza o crescimento dos assassinatos a partir das noites de quinta-feira. Somando apenas as noites e madrugadas de sábado e domingo chega-se a 279 assassinatos - 23,9% dos crimes. Agrupando-se o final de semana, desde sexta à noite até a madrugada de domingo chega-se a 41,8%. A utilização de armas de fogo continua sendo o principal meio utilizado pelos autores dos homicídios, respondendo por 79,4% dos casos.


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