A crise na segurança pública - que se evidencia na diminuição do policiamento em geral nas grandes, médias e pequenas cidades (especialmente nessas) e com o recrudescimento da violência - vem contribuindo para o crescimento do emprego de segurança privada para proteção de casas, ruas e estabelecimentos comerciais.
Embora a Constituição Federal estabeleça no artigo 144 que a segurança é dever do Estado, as empresas de escolta e policiamento particular crescem 15% ao ano. As pessoas além de despender dinheiro para educação e saúde, ainda precisam gastar com segurança.
Dados divulgados pela Revista Época evidenciam que os serviços de segurança privada no Brasil movimentaram, em 2009, R$ 15 bilhões de reais.
A Polícia Federal registra que há no país 1.491 empresas legais que empregam quase 500 mil vigilantes. Tal número se aproxima da soma de policiais civis e militares, segundo estimativas do periódico.
Como já mencionado, o setor cresce 15% ao ano. Em alguns casos, até mais. “Temos crescido uma média de 20% anuais”, diz Chen Gilad, diretor de planejamento da Haganá, empresa que atua na segurança de condomínios, empresas e escolta particular. Selma Migliori, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Vigilância, diz que seu segmento (equipamentos como câmeras de monitoramento) cresce a uma taxa de 13% e atinge 650 mil imóveis no país.
A Polícia Federal, que fiscaliza e acompanha o funcionamento das empresas de segurança privada, indica que a cada ano 240 novas empresas de segurança pedem registro.
Segundo o antropólogo Luiz Eduardo Soares, ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro, a “privatização” da segurança é benéfica ao Estado. “A segurança privada informada e ilegal financia o orçamento público de segurança do Brasil”, diz.
A busca por empresas privadas de segurança pode estar relacionada com a ineficácia da segurança oferecida pelo Estado. Esta ineficácia é reflexo das condições de trabalho do policial. Devido ao trabalho exaustivo psicologicamente, o agente deveria aproveitar sua folga para descansar. No entanto, por conta do salário auferido, os policiais no tempo livre fazem “bicos” como vigilantes. Esses “bicos” são proibidos segundo os estatutos de todas as PMs. No Distrito Federal, em maio desse ano, foi aprovada uma portaria pela corporação da PM do estado autorizando a atividade remunerada de vigilante. A aprovação foi recebida com muitos protestos.
{Fonte: Revista Época e Site G1}
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