Tenho dito a alguns amigos, familiares e aos meus alunos que sou contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Sei que minha opinião nada mudará os destinos do Mundial de 2014. A Copa no Brasil é fato.
Creio que os custos sociais a que estaremos sujeitos e obrigados a suportar, antes, durante e depois da Copa de 2014 são infinitamente maiores do que os existentes hoje.
Além disso assistimos o crescimento de gigantescos sistemas de corrupção que envolvem a política, a adminstração pública e a economia. E é de se temer que esta corrupção também surja no manejo de verbas e financiamentos para obras de custeio das estruturas de melhoramento da cidades sede do Mundial 2014.
E a notícia publicada hoje pelo site de G1 confirma minha percepção e meu receio:
"A procuradora da República Suzana Fairbanks Lima de Oliveira, do Ministério Público Federal em São Paulo, determinou a instauração de um inquérito civil público para dar continuidade a investigações sobre o uso de recursos federais em obras realizadas em São Paulo voltadas à realização da Copa do Mundo de 2014. O inquérito absorve seis procedimentos investigativos já em andamento na Procuradoria da República em São Paulo, mas a portaria publicada no Diário da Justiça não aponta irregularidades.
De acordo com a assessoria do Ministério Público Federal, a procuradora faz parte de grupo de trabalho criado em Brasília e com
participação de procuradores de vários estados para acompanhar e investigar eventuais irregularidades na aplicação de recursos públicos federais na preparação da Copa do Mundo.
Segundo a portaria, um dos pontos de acompanhamento do novo inquérito é o convênio celebrado entre o governo federal e o governo paulista para execução de ações governamentais necessárias à realização da Copa. O MPF leva em conta que o governo paulista formulou proposta de operação de crédito no valor de R$ 1,082 bilhão para investimento na Linha Ouro, do Metrô, que liga o estádio do Morumbi ao Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo.
O MPF também acompanha o fato de haver previsão de recursos federais provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para construção ou reforma de estádios a receber os jogos no cidade de São Paulo, por meio do BNDES ProCopa Arenas. São Paulo estuda alternativas depois que o projeto de reforma do Morumbi foi rejeitado pela Fifa.
Segundo a portaria, em novembro de 2009, a partir da escolha de São Paulo como sede da Copa do Mundo, o Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento investigativo para acompanhar o uso de recursos públicos federais.
O MPF leva em consideração, para instaurar o inquérito público, o fato de a Fifa ter exigido do governo brasileiro o comprometimento para adoção de todas as medidas necessárias à adoção organização da Copa do Mundo".
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