Alvo de ameaças racistas identificadas pela polícia gaúcha, que apreendeu material de grupo neonazista no Estado, o senador Paulo Paim decidiu promover uma audiência pública no Senado para discutir a questão e propor uma política de combate ao preconceito. Único negro com uma cadeira no Senado da República, o senador Paim é autor da Lei da Igualdade Racial e um político amplamente identificado com os temas da justiça social, da não discriminação e dos direitos das minorias. Os policiais gaúchos apreenderam gravação em que, além das ameaças ao parlamentar, havia planos de agressão a sinagogas e material de promoção neonazista.
A questão merece a atenção das autoridades e uma reflexão da sociedade. Em pleno século 21, depois das desastrosas experiências de meados do século passado, de triste memória para a humanidade, e diante das consequências do fanatismo e do racismo em todas as suas manifestações, ainda resistem no país bolsões de intransigência e de preconceito. O mais preocupante não é a ameaça a um parlamentar, o que já é algo extremamente grave, mas é o fato de que tal ameaça vem se repetindo, conforme reconheceu o próprio senador. Sabe-se que essa mesma usina de ódio e de intolerância já produziu episódios lamentáveis, dos quais resultaram agressões a entidades e ferimentos a pessoas.
Por isso, a decisão do senador Paim de realizar audiência pública sobre o tema é uma iniciativa bem-vinda. A existência de grupos radicais, com atuação no Estado e no país, com sua pregação racista, não pode ser ignorada pelas organizações da sociedade nem negligenciada pelas autoridades. Há medidas policiais e judiciais cabíveis, no sentido de coibir a ação socialmente deletéria desse tipo de organização. Mas há também medidas mais amplas que não podem ser negligenciadas, a começar pelo trabalho que, na escola e na família, feche a porta para preconceitos ou fanatismos.
A questão merece a atenção das autoridades e uma reflexão da sociedade. Em pleno século 21, depois das desastrosas experiências de meados do século passado, de triste memória para a humanidade, e diante das consequências do fanatismo e do racismo em todas as suas manifestações, ainda resistem no país bolsões de intransigência e de preconceito. O mais preocupante não é a ameaça a um parlamentar, o que já é algo extremamente grave, mas é o fato de que tal ameaça vem se repetindo, conforme reconheceu o próprio senador. Sabe-se que essa mesma usina de ódio e de intolerância já produziu episódios lamentáveis, dos quais resultaram agressões a entidades e ferimentos a pessoas.
Por isso, a decisão do senador Paim de realizar audiência pública sobre o tema é uma iniciativa bem-vinda. A existência de grupos radicais, com atuação no Estado e no país, com sua pregação racista, não pode ser ignorada pelas organizações da sociedade nem negligenciada pelas autoridades. Há medidas policiais e judiciais cabíveis, no sentido de coibir a ação socialmente deletéria desse tipo de organização. Mas há também medidas mais amplas que não podem ser negligenciadas, a começar pelo trabalho que, na escola e na família, feche a porta para preconceitos ou fanatismos.
(Fonte: Jornal Zero Hora - Editorial)
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