De acordo com recentes estudos do pesquisador Dmitry Bestuzhev, integrante da empresa de segurança Kaspersky, os crimes virtuais têm se relacionado com o mercado de falsificação de documentos. Informações retiradas das máquinas das vítimas são compartilhadas com redes especializadas em clonar e forjar documentos ou são utilizadas em atividades ilegais de imigração.
Bestuzhev explicou que, ao fazer inscrição para obtenção de um visto, por exemplo, as pessoas escaneiam documentos e, às vezes, deixam salvos dados pessoais como passaporte, carteira de habilitação e outros tipos de documentos de identificação como arquivos de texto no próprio sistema. Tais informações são valiosas para o cibercrime e permitem a clonagem dos registros.
"Tudo em um passaporte clonado é de verdade: o número, a data de emissão, a data de vencimento e até o nome do títular do documento, mas a foto é forjada, substituída pela do comprador do documento ilícito", esclarece Bestuzhev.
Este mercado tem se fortalecido e se popularizado nos últimos tempos. É possível encontrar um grande guia sobre como mudar de identidade por US$ 35 na rede. Os sites até alegam que as operações são legais e oferecem meios para assumir a identidade de outra pessoa.
Em pesquisa realizada pelo jornal Folha de S. Paulo, foi encontrado um site que diz vender passaportes brasileiros por US$ 650, mas com US$ 1.300 é possível adquirir passaporte norte-americano e carteira de habilitação do país. Por US$ 900, o usuário solicita passaportes para países como Reino Unido, Suíça e Canadá. Vale lembrar que ambos, tanto o usuário de documento(s) falso(s) quanto aquele que os falsifica e comercializa, respondem por crimes contra a fé pública.
Fonte: IBCCrim
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