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quarta-feira, junho 1

Pesquisa de satisfação da população sobre a Justiça é desoladora




Uma pesquisa divulgada terça feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA – evidencia que a população dá nota 4,55 à Justiça brasileira, numa escala de 0 a 10 .

O setor pior avaliado é a Polícia Civil que, na pesquisa, numa escala de 0 a 4, ficou com nota 1,81.

Os melhore segmentos avaliados são a Polícia Federal e o Ministério Público, ambos com nota 2,2, numa escala também de 0 a 4.

“O contato da população com as policias civis é diário, próximo, o que afeta a percepção, mas o estudo levanta a questão sobre o inquérito policial. Será que ele não é muito burocrático e dificulta a ação da Justiça?”. O questionamento é do Chefe de Gabinete da Presidência do Ipea, Fávio de Sá e Silva, que é, também, técnico de planejamento e pesquisa.

Juizes receberam nota 2,14; defensores 2.04 e os advogados 1,96, também numa escala de 0 a 4.

O estudo divulgado pelo Instituto também questionou 1750 pessoas sobre os problemas que mais costuma resolver no sistema judiciário. Neste setor, os conflitos familiares e os eventos criminosos (violentos) são os que mais motivam a busca pelo Poder Judiciário.  Questões previdenciárias, de consumo e negócios são os menos resolvidos pela justiça.

"É fácil entender porque a população procura a Justiça para resolver crimes e episódios de violência. Elas precisam registrar os casos, fazer Boletins de Ocorrência, até para justificar casos em que, por exemplo, é preciso acionar o seguro do carro. O que não dá para entender é porque, num país com um sistema extenso de seguridade social, com um código de consumidor moderno e com o consumo crescente, as pessoas não busquem o litígio nos casos de Previdência e relações comerciais. Será que é falta de confiança na Justiça?", questionou Silva.

A pesquisa ouviu 2.770 brasileiros em todos os Estados do país. A margem de erro por região é de cinco pontos percentuais.

(Com informações da Folha.com)

Comentário meu:

A pesquisa causa vergonha, é vexatória para todos aqueles que militam em torno da atividade forense.
Há pouco, numa audiência, o promotor indagava a uma testemunha sobre as razões pelas quais ela não havia procurado a polícia, num episódio envolvendo uma ameaça que sofrera, ainda que velada, na qual um sujeito mostrava-lhe andar armado. A pesquisa de opinião do IPEA talvez responda a pergunta do promotor. As pessoas andam buscando pouco a polícia, ou menos do que deviam, talvez por desacreditarem nela.

Ademais, mesmos os melhores índices, atribuídos à Policia Federal e ao Ministério Público, seguidos por juizes, defensores e advogados, não é nada estimulante...

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