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quinta-feira, setembro 1

Um ano e três meses depois do crime, réu ainda não foi interrogado

A juiza Liniane Maria Mog da Silva, da comarca de Torres (RS), deve ter se munido de energia e paciência extras para trabalhar na tarde de anteontem (30) num único caso, que teve repercussão na mídia nacional: o assassinato de Glaucianne Hara, médica paulista morta a facadas em Torres pelo marceneiro local Rodrigo Fraga da Silva.

Além de ouvir as testemunhas de acusação e de defesa, a magistrada também pretendia interrogar o réu.

As expectativas da juiza acabaram frustradas, pois só apareceu uma testemunha. O réu Rodrigo compareceu acompanhado de seus defensores (Amadeu Weinmann, Marina dos Santos e Roberta Cardoso Martins). Mas, de acordo com o rito processual, a juiza só pode interrogar o réu depois de ouvidas todas as testemunhas.

Como algumas testemunhas não compareceram e outras não foram encontradas pelos oficiais de justiça, a juiza Mog da Silva marcou nova audiência: 13 de dezembro de 2011, às 14h20.

Na ação penal, o Ministério Público Estadual está representado pelo  promotor Márcio Roberto Silva de Carvalho. Para auxiliá-lo na acusação, a família de Glaucianne contratou o advogado criminalista Ricardo Vasconcellos Oliveira, que veio de São Paulo.

Márcio e Ricardo solicitaram à juiza perícia na bolsa que estava com a vítima na hora do crime. O objeto se encontra lacrado, como peça do processo, nas dependências do Foro de Torres. O pedido foi deferido pela juiza.

Para recordar o caso

* Rodrigo Fraga da Silva matou a facadas a amante Glaucianne Hara no dia 4 junho de 2010, na frente de uma loja que ela havia alugado.

* O marceneiro gaúcho pôs fim de forma violenta ao romance que iniciara com a médica paulista pela Internet e já tinha mais de três anos de duração.

* Consta que ele já havia espancado Glaucianne violentamente fraturando-lhe o maxilar em outra ocasião, com intuito de fazer com que ela retornasse para São Paulo e não o procurasse mais. Mesmo assim, ela decidira voltar a Torres para reconquistar Rodrigo.

* Além disso, posteriormente, Rodrigo postou no Orkut uma literal rejeição pública à amante. Isso, porém, não foi suficiente, ainda, para Glaucianne se afastar dele. Pelo contrário, ela o perdoava - segundo escreveu no Orkut - porque entendia que dera motivos suficientes para ele espancá-la, ao procurá-lo diretamente na casa dele.

* Em Torres, a médica passou a ameaçar por telefone à cônjuge de Rodrigo, que gravou as conversas. Essas gravações foram distribuídas para a mídia após o crime. O apresentador da Band TV José Luiz Datena classificou o caso como "maluco", fora dos padrões das situações que ele costuma noticiar. "É um caso maluco, o sujeito não aguentou a pressão que a amante fazia sobre a esposa dele e matou a amante".

* O acusado é primário, não tinha maus antecedentes. Ele havia se apresentado um dia depois do crime, confessando a autoria.


Fonte: Site Espaço Vital

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