O inspetor José Carlos Guimarães, da DH (Divisão de Homicídios), disse, durante audiência de instrução dos 11 policiais militares acusados de matar a juíza Patrícia Acioli, que o tenente Daniel Santos Benitez Lopez teria tentado contratar dois milicianos do morro do São José Operário, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), para matar a magistrada. Como não conseguiu combinar o asssassinato, os acusados decidiram cometer o crime eles mesmos, segundo investigações da DH.
De acordo com as investigações, Benitez, que é morador dessa comunidade, e os outros PMs acusados do crime, abririam mão do espólio mensal (drogas, armas e dinheiro apreendidos em operações) do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM) para pagar os milicianos. O ex-comandante do 7º BPM tenente-coronel Cláudio de Oliveira, acusado de ser o mentor do assassinato, seria o único que não deixaria de receber a sua parte do espólio.
- Eles traçaram um plano que trariam milicianos para matar a juíza. Então, eles abririam mão do espólio, durante um mês, para pagar os milicianos que matariam a juíza.
Ainda de acordo com o inspetor, Cláudio de Oliveira era querido entre os milicianos do morro do São José Operário. Guimarães disse ainda que Benitez tinha o oficial como ídolo.
- No curso da investigação, descobrimos que o Benitez tinha o tenente-coronel Cláudio Oliveira como ídolo e ele era protegido por ele [o comandante].
Os 11 PMs acusados de envolvimento no assassinato negam participação no crime. A defesa do tenente-coronel informou nesta quarta-feira que vai entrar com pedido de liberdade no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
PMs pressionam pela morte de juíza
Como Benitez não conseguia combinar o assassinato com os milicianos, os outros integrantes do GAT (Grupamento de Ações Táticas) começaram a pressioná-lo para executar o plano imediatamente, informou Guimarães.
No dia de sua morte, Patrícia Acioli havia decretado a prisão de dois agentes do GAT por suspeita de envolvimento em um auto de resistência (morte em confronto com a polícia) que resultou na morte de Diego Beliene, de 18 anos, no morro do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana.
De acordo com Guimarães, a decisão da magistrada revoltou os acusados e Benitez disse que o crime “tinha de ser naquele dia”.
- Eles [os PMs] passaram a cobrar a execução da juíza. Para eles, se ela já tivesse morrido, os outros dois integrantes do GAT não teriam sido presos.
Sem saída, Benitez decidiu que ele e outro integrante do GAT matariam a juíza. Para isso, eles comprariam dois celulares, além de utilizar uma moto, dois carros e armas conseguidas por meio de operações nas favelas de São Gonçalo.
De acordo com Guimarães, um carro ficaria na porta do Fórum de São Gonçalo à espera da juíza. O outro veículo faria plantão na porta do DPO (Destacamento de Policiamento Ostensivo) de Piratininga, bairro onde morava a magistrada. De lá, um dos envolvidos informariam aos integrantes da moto que Patrícia já estava próxima de casa.
Fonte: Site R7
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