Por José Luis Costa em Zero Hora
Ao inspecionar o Presídio Central de Porto Alegre, esta
manhã, o juiz Sidinei Brzuska, da Vara de Execuções Criminais da Capital,
afirmou que a cadeia passa pela fase mais crítica desde sua inauguração em 1959
por conta de degradações estruturais. A falta de investimentos, especialmente
em redes de esgoto, é apontada como um problema gravíssimo.
Cansado de cobrar melhorias, o magistrado desabafou:
— Me sinto desesperançado. É uma realidade que a gente
convive há tantos anos e não se consegue um mínimo de melhora. É o pior
momento. Isso é um processo gradativo de deterioração. São prédios muito
antigos, estão superlotados, não há como resolver — lamentou.
Com 4,6 mil presos onde cabem 2,6 mil, o Presídio Central
vem sendo remendado ao longo do tempo, sem jamais atingir as condições
adequadas de funcionamento.
O foco das críticas são a obras de saneamento, cobradas dos
governantes há quatro anos, sem que o que problema seja resolvido. Uma da
situações mais graves é a da tubulação de esgoto. Saturada, despeja dejetos a
céu aberto, corroendo pilares de concreto, desmoronando pisos dos pátios
internos e propiciando a proliferação de insetos e ratos em um ambiente que chega
a receber 2,2 mil visitas diárias, incluindo crianças.
Brzuska apontou outros problemas graves como obras em uma
nova cozinha, paradas há quase dois anos, rede elétrica expostas pelo lado de
fora das paredes e uma galeria que já abrigou cerca de mil apenados e foi
interditada por ter sido demolida pelos presos.
O juiz vistoriou a cadeia acompanhado de uma comitiva que
fiscaliza presídios da Promotoria Especializada Criminal da qual fizeram parte
os promotores Gilmar Bortolotto, Luciano Pretto, Sandra Goldman Ruwel e Cintia
Jappur.
Zero Hora encaminhou e-mail à Superintendência dos Serviços
Penitenciários solicitando informações sobre obras no Presídio Central, mas até
o momento não obteve resposta.
Fonte: Site Zero Hora
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