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quinta-feira, maio 24

Carla Cepollina irá a júri em agosto por morte de coronel Ubiratan, diz TJ



Para MP, advogada atirou no namorado e o matou por ciúmes em SP.
Crime foi no prédio da vítima em 2006; advogado de ré alega inocência.


Foto Reprodução/TV Globo

Após quase seis anos, a advogada Carla Cepollina será julgada no dia 28 de agosto pelo assassinato do seu namorado, o coronel aposentado da Polícia Militar e deputado estadual Ubiratan Guimarães.

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a informação ao G1 nesta quinta-feira (24). O júri popular irá ocorrer a partir das 13h no plenário 7 do Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista. O juiz do caso será Bruno Rochetti de Castro.

“Fui notificado pela Justiça há alguns dias já sobre a data do julgamento, que será no dia 28 de agosto na Barra Funda”, comentou o advogado Sergei Cobra Arbex, que defende Carla.

Segundo o Ministério Público, a ré, que responde ao processo em liberdade, matou Ubiratan no apartamento dele, na região dos Jardins, na noite do dia 9 de setembro de 2006. Para a Promotoria, a acusada matou o namorado com um tiro no abdome disparado por uma das armas da própria vítima – um revólver calibre 38 que jamais foi encontrado.

A denúncia sustenta que Carla matou Ubiratan após uma discussão por ciúmes depois de ter atender a um telefonema de uma mulher na residência do coronel. Para o MP, a advogada decidiu atirar nele para se vingar por ele ter terminado o relacionamento com ela. Ela também teria sido a última pessoa a deixar o prédio da vítima. A ré responde por homicídio duplamente qualificado porque, no entendimento da acusação, a vítima foi morta por motivo fútil e não teve condições de se defender.

O crime

O corpo de Ubiratan foi encontrado por seus assessores políticos no dia 10 de setembro de 2006. Ele estava perto do sofá do apartamento. A Polícia Civil passou a investigar o caso e Carla foi chamada a depor no dia 11 daquele ano. Ela negou o crime e disse que após discutirem por causa de uma ligação, deixou o apartamento do namorado. Câmeras do elevador do prédio do coronel gravaram a advogada deixando o imóvel.

Apesar de Carla sempre alegar inocência, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) a indiciou pelo assassinato de Ubiratan no dia 27 de setembro de 2006. Mas o processo foi arquivado pelo juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri, no dia 30 de outubro de 2008. Em sua decisão, o magistrado entendeu que não havia provas suficientes para indicar Carla como suspeita do homicídio.

Mas em junho de 2010, a Câmara Criminal do TJ-SP decidiu que a advogada fosse submetida a júri popular.

Ubiratan foi o comandante da invasão do presídio do Carandiru, na Zona Norte de São Paulo, em 1992, quando 111 presos foram mortos pela Polícia Militar. O coronel chegou a ser condenado pela Justiça a 632 anos de prisão, mas foi absolvido pelo órgão especial do TJ.

O que diz a defesa

“Seguramente nos meus 16 anos de advocacia criminal, nunca presenciei um caso de tamanha inocência de um cliente. Ninguém tem prova e indício de crime contra Carla. Tenho convicção plena que o coronel foi assassinado por alguma pessoa do círculo dele que tinha interesse em razão do desafeto que ele colheu a vida inteira como policial e por ter comandando a invasão do Carandiru”, afirmou Arbex.

“Carla é inocente. Tanto o é que a polícia e o MP nunca pediram a prisão dela porque Carla sempre se colocou a disposição da investigação e não há provas contra ela. Minha cliente sempre teve intenção de colaborar. Uma frase que a incomoda muito é ler nos noticiários que ela ‘responde em liberdade’. Isso a constrange muito porque dá impressão que ela tem um benefício da Justiça para ficar solta até ser julgada, como se deveria estar presa”, disse o advogado.

Segundo ela, sua cliente não quer comentar o assunto. Ainda de acordo com o defensor de Carla, tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, um recurso contra a decisão de pronúncia que levou a advogada para júri. “Quem a mandou para julgamento fez juízo de valor. Pela legislação, pelo Código de Processo Penal, não pode se fazer juízo a cerca da inocência ou culpa do réu. E isso foi feito”, disse Arbex.

De acordo com o advogado, caso o pedido de agravo regimental for concedido, existe a possibilidade de que o júri de agosto não ocorra. “Isso porque, no meu entendimento, a concessão do recurso anula a pronúncia e, consequentemente, será preciso ter uma nova pronúncia. Sem pronúncia não há como ter um júri”, comentou Arbex. “Mas quero deixar claro que a defesa não teme o júri e não há interesse de postergá-lo”.

Além de Arbex, a advogada Zulaie Cobra Ribeiro, mãe dele, também atuará na defesa de Carla.

A acusação não foi encontrada para comentar o assunto.

Fonte: Site G1

Foto Reprodução/TV Globo

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