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terça-feira, maio 1

Mais três são presos em Londrina por propina


O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu temporariamente, na manhã de hoje, em Londrina, no norte do Paraná, o vereador Eloir Valença (PHS), o chefe de gabinete da prefeitura, Rogério Ortega, e o diretor de Participações da empresa local de telefonia Sercomtel, Alysson Carvalho.

O delegado do Gaeco, Alan Flore, não deu detalhes sobre a prisão, mas os três podem ter ligação com suposto pagamento de propina ao vereador Amauri Cardoso (PSDB) para que votasse contra a instalação de uma Comissão Processante (CP) contra o prefeito Barbosa Neto (PDT).

Na terça-feira da semana passada, já tinham sido presos em flagrante o empresário Ludovico Bonato e o ex-secretário de governo Marco Cito. Dois dias depois, os vereadores aprovaram a instalação da CP que investigará denúncias de que o prefeito utilizou como seguranças das instalações de uma rádio de sua família dois vigilantes da empresa Centronic, pagos pela prefeitura.

O prefeito disse estar com a 'consciência tranquila'. Uma Comissão Especial de Inquérito, instalada no ano passado, colocou dúvidas sobre as notas apresentadas pela rádio como provas do pagamento dos seguranças. A CP pode resultar em processo de cassação de Barbosa Neto.

As prisões realizadas ontem foram determinadas pelo juiz substituto da 3ª Vara Criminal de Londrina, Mário Azzolini. O delegado do Gaeco justificou que a medida era 'oportuna'. 'Nós não podemos detalhar neste momento para não prejudicar eventuais novas medidas que sejam realizadas daqui para frente, mas postulamos a prisão temporária porque entendemos que seriam imprescindíveis neste momento das investigações', afirmou.

Segundo ele, novas prisões podem acontecer. 'Nós não podemos descartar nenhuma medida de caráter investigatório que seja tomado ao longo da investigação', reforçou.

O advogado João dos Santos Gomes Filho, que defende Ortega e Carvalho, considerou as prisões 'midiáticas'. 'Tanto que é a mídia que me informa das prisões', argumentou. 'Elas têm um escopo que é plantar dificuldade para o prefeito, pedras de tropeço no governo Barbosa Neto.'

Segundo ele, o Gaeco tem prazo até amanhã (03) para apresentar denúncia, visto que os réus estão presos. Portanto, iria aguardar que, em razão disso, nem fosse necessário completar os cinco dias da prisão temporária de seus clientes.

Já o advogado de Valença, André Cunha, questionou a atitude da Justiça e disse que entraria com habeas corpus. Segundo ele, o vereador esteve no Gaeco no dia anterior na condição de testemunha e forneceu todos os documentos pedidos. 'Então, a não ser que haja algum fato novo de ontem para hoje, não há nada que justifique o pedido de prisão temporária', afirmou.

 Ele acentuou que foi pego de surpresa e disse que os sigilos bancário e telefônico de Valença estão disponíveis. No fim da manhã, o vereador teve crise de hipertensão e precisou de internamento.

Fonte: O Estadão 

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