Agentes da 1ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico
(DIN), do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc),
desarticularam durante os últimos 30 dias, na Operação Sucesso, um grupo de
indivíduos suspeitos de tráfico que agia na Capital e região
metropolitana.
A ação recebeu este nome devido ao apelido que usuários e
traficantes de drogas sintéticas têm dado às substancias similares ao
lança-perfume. Um laboratório – que distribuía o produto para a Capital e
Região Metropolitana – foi fechado em Gravataí.
Segundo o diretor da Divisão de Investigações do
Narcotráfico (Dinarc), delegado Heliomar Franco, a Operação teve por objetivo
reprimir a expansão e a distribuição do produto de forma ilegal, que inunda as
festas freqüentadas por jovens. Além das tradicionais drogas sintéticas, novas
vêm surgindo e sendo utilizadas, mas as investigações relacionadas a drogas
sintéticas continuaram – salientou o delegado
De acordo com o delegado Mario Souza, da 1ª DIN, que
coordenou as investigações, a operação Sucesso começou através de uma primeira
apreensão que o Denarc realizou destes tipos de produtos no final do ano de
2011, durante a Operação Tubarão Azul, coordenada pelo delegado Márcio Moreno,
também do Denarc.
“A partir daquele
instante, passamos a realizar campanas, relatórios diários das notícias
arrecadadas, utilizamos modernas técnicas para descobrirmos o que estava
acontecendo e, finalmente, algumas consultas a profissionais de química sobre o
assunto”, disse Souza.
Assim, ocorreu uma primeira apreensão em 2011 pelo Denarc
aqui no RS, de 1,5 litros do sucesso. No início do ano a Brigada Militar também
apreendeu seis tubos em Canoas. Já
durante a Operação Sucesso o Denarc apreendeu 19 botijões de 3,6 kg cada um, o
que renderia milhares de doses da droga – relatou Souza.
Foram autorizados pelo Poder Judiciário e pelo Ministério
Público mandados de busca e apreensão, num período de quase doze meses de
investigações. Sete pessoas foram indiciadas e responderão por tráfico de
drogas, associação para o tráfico, crime ambiental do art. 56 da Lei de Crimes
Ambientais, crime sobre substâncias do art. 278 do Código Penal, posse de
munição de calibre restrito, adulteração de sinal de veículo automotor e
receptação.
Durante as investigações foram apreendidos 19 botijões do
produto, cada botijão com 3,6 kg, cerca de 20 tubos prontos para a venda,
prensa, bombas injetoras, embalagens para o sucesso, essências, aromatizantes,
quatro lança- perfumes, cerca de 150 ecstasys, 20 pontos de LSD, maconha pronta
para a venda, dinheiro, eletroeletrônicos, dois veículos (sendo um de luxo 2012
avaliado em cerca de 100 mil reais) e 25 munições calibre .45.
Os motivos apontados pelos usuários e vendedores do produto
são que a substância entorpecente não está ainda na portaria 344 da ANVISA, que
afirma o que é, ou não, droga para fins da Lei de Drogas brasileira, além de
ser metade do preço do lança-perfume (de 20 a 40 reais o tubo). Entretanto é
importante ressaltar que segundo laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) a
substância encontrada também é asfixiante.
“Os indivíduos que vendem e fabricam o sucesso acham que
estão impunes por não estar na portaria da ANVISA, mas isto não é verdade eles
podem ser enquadrados em outros crimes fora da Lei de Drogas, como Crimes Ambientais
e Crimes do Código Penal”, disse o delegado Mario Souza.
Destaca-se o pensamento de impunidade dos traficantes de
sucesso que em um depoimento na Polícia Civil durante a Operação Sucesso,
acompanhado pelo delegado Marcus Viafore, um indivíduo confessou que fabricava
e vendia o produto.
Para os traficantes o sucesso é muito mais lucrativo, além
de não estar na portaria, está sendo conhecido como o “crack” das drogas
sintéticas, afirmou o delegado Souza.
O diretor do Denarc, delegado Joel Oliveira, encaminhará
ofício aos canais competentes para provocar a ANVISA sobre esta questão do
“sucesso”.
A Polícia Civil ainda teve notícia do sucesso estar sendo
utilizado no Rio de Janeiro, mas isto ainda vai ser verificado, no Rio Grande
do sul é certo seu uso – declarou Souza.
Fonte: Site da Polícia Civil do RS
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