A experiência da empresa têxtil paranaense Lafort com mão
de obra carcerária começou com cinco detentas, há cerca de três anos.
Desde então passaram pela unidade no Presídio Feminino do
Paraná aproximadamente 500 presas do regime fechado, que aprenderam o ofício de
customizar peças de roupas femininas. Pela inclusão no mercado de trabalho de
pessoas que enfrentam dificuldades para encontrar emprego, o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) outorgou à Lafort o Selo Começar de Novo, programa que
estimula a reinserção social de presos e ex-detentos pelo trabalho ou estudo.
Para a proprietária da empresa, Irit Czerny, atualmente
toda empresa precisa agir em prol da responsabilidade socioambiental. “A
sociedade tem de melhorar. Cada um de nós tem responsabilidade nessa tarefa”,
afirmou.
A Lafort ensina mulheres que vivem no presídio de
Piraquara a tricotar, bordar, aplicar botões, fazer barras em calças e outras
atividades denominadas de customização e acabamento na indústria têxtil.
“Não ensinamos uma
atividade apenas. Elas saem de lá (prisão) com uma profissão”, contou a
empresária.
Segundo Irit, cada presa trabalha seis horas diárias em
troca de um salário mínimo, que é depositado em uma conta poupança no nome da
detenta, conforme a legislação e normas do Departamento de Execução Penal do
Paraná determinam.
Engana-se quem
pensa que a remuneração ou a carga horária desanima alguém. Acontece o
contrário, segundo a empresária paranaense; as presas fazem fila para trabalhar
na unidade da Lafort em Piraquara.
“Só pode ser selecionada quem tiver o melhor
comportamento. Elas (As presas) gostam de trabalhar. Pedem para levar as peças
para as celas no fim do dia, querem trabalhar em feriados”, completou Irit. O
resultado da experiência está nas coleções da Lafort que brilham nas vitrines
de shoppings no Brasil inteiro.
Selo – A concessão de selos do programa foi disciplinada
pela Portaria CNJ nº 49/2010. Os requisitos para a entidade ou empresa ser
reconhecida pelo CNJ com o selo incluem a oferta de cursos de treinamento ou
vagas de emprego para presos e egressos do sistema carcerário, que tem de ser
comprovada ao Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema
Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF/CNJ).
Os grupos estaduais que lidam com a questão carcerária
nos tribunais de Justiça são os responsáveis por apontar os indicados a receber
o selo. O objetivo é reconhecer a iniciativas de empresas e instituições que
promovem a reintegração da população carcerária e de ex-detentos à sociedade.
Fonte: Agência CNJ de Notícias
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