Maurício Dal Agnol é acusado de lesar clientes em R$ 100
milhões.
Ele e a mulher, suspeita de participar do esquema, estão
foragidos.
O golpe milionário aplicado em clientes pelo advogado de
Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul, Maurício Dal Agnol, ganha um novo
capítulo. Depois que a Polícia Federal descobriu um contrato firmado entre ele
e a Brasil Telecom, o Ministério Público Estadual busca encontrar uma forma
para que as vítimas possam ser ressarcidas.
Desde que o esquema foi desvendado pela Polícia Federal, o
Ministério Público também acompanha o caso. O trabalho agora é para auxiliar as
vítimas do golpe. O órgão aguarda informações que devem ser prestadas pelo
escritório de Dal Agnol. Assim, vai ser possível encontrar a melhor forma de
ressarcir os clientes prejudicados.
"Há uma investigação na esfera criminal a cargo da
promotoria de justiça criminal, e além disso, na área cível, temos uma ação
cautelar que está em andamento no fórum", ressalta Paulo Cirne, promotor
de Justiça.
Nessa semana, a Polícia Federal divulgou que encontrou um
contrato firmado entre o advogado e a Brasil Telecom. Segundo o documento, a
empresa teria pago R$ 50 milhões para que o advogado realizasse acordos com
donos de ações que beneficiassem a empresa.
“Nos causa grande desassossego e preocupação em relação a
forma que o acordo foi feito e os valores que constam no referido contrato”,
destaca o delegado da PF, Mauro Vinícius Soares de Moraes. “Esse acordão tem
ilicitudes do início até o fim. Lesou milhares de pessoas e não só estarrece a
mim como também membros do judiciário e MP da forma que foi feito”, acrescenta
o delegado Mário Vieira.
Por meio de nota oficial, a Oi Brasil Telecom informou que
todos os contratos estabelecidos pela companhia são juridicamente perfeitos e
estão dentro do que determina a lei. Disse ainda que todos os acordos judiciais
referentes ao episódio mencionado pela reportagem foram homologados em juízo.
O advogado é acusado de montar um esquema que pode ter
lesado mais de 30 mil clientes em R$ 100 milhões. Dal Agnol e a mulher dele,
também suspeita de participar do golpe, seguem foragidos desde o dia 21 de
fevereiro.
A Operação Carmelina
Segundo a Polícia Federal, um grupo de advogados e
contadores, comandados por Dal Agnol procurava os clientes com a proposta de
entrar com ações na Justiça contra empresas de telefonia fixa. Os clientes
ganhavam a causa, mas os advogados repassavam a eles uma quantia muito menor da
que havia sido estipulada na ação. O esquema fez o advogado enriquecer
rapidamente.
Ao cumprir mandados de busca da Operação Carmelina na cidade
do Norte do Rio Grande do Sul na sexta, a Polícia Federal encontrou um total de
R$ 1,5 milhão em um dos endereços do homem. Além da quantia, animais selvagens
empalhados e munição foram achados em um fundo falso de uma parede. A PF
apreendeu também um avião avaliado em cerca de US$ 8,5 milhões e bloqueou
dinheiro em contas bancárias e imóveis.
A Operação Carmelina foi desencadeada, em fevereiro, em
Passo Fundo, no Norte, e em Bento Gonçalves, na Serra. Foram cumpridos oito
mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e
em uma residência. A operação foi batizada de Carmelina porque este era o nome
de uma mulher que teve cerca de R$ 100 mil desviados no golpe. Segundo a PF,
ela morreu de câncer, e poderia ter custeado um tratamento se tivesse recebido
o valor da maneira adequada.
Fonte: Site G1 RS
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