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sexta-feira, novembro 13

Homicídio de mulheres negras aumenta 54% em dez anos

Os assassinatos de mulheres negras cresceram 54% entre 2003 e 2013. Enquanto isso, os casos envolvendo brancas caíram quase 10% no mesmo período. É o que revela o Mapa da Violência 2015 sobre homicídios de mulheres no Brasil, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, com o apoio do escritório da ONU Mulheres, da Organização Mundial da Saúde e do governo federal.

Para a ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, há uma relação entre machismo e racismo. A pesquisa revela ainda que mais da metade das mortes violentas são cometidas por familiares e cerca de 30% envolvem parceiros ou ex-parceiros. Os estados onde o problema mais cresceu foram Roraima, onde a taxa ficou quatro vezes maior, e Paraíba, onde os números triplicaram em dez anos.

Por outro lado, desde que começou a valer a Lei Maria da Penha, em 2006, cinco estados registraram quedas nas taxas. São eles: Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo, as iniciativas para coibir esse tipo de violência são positivas, mas ainda não conseguem acabar com o problema.

Com esses dados, o Mapa da Violência revela ainda que o Brasil tem uma taxa de 4,8 homicídios de mulheres por cem mil. Com o resultado, o país está em 5º lugar em um ranking de 83 nações em relação a assassinatos de mulheres.

A representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, os dados são reflexo de uma cultura da violência. Em relação a homicídios de mulheres, a média brasileira fica atrás apenas das taxas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.

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