Os assassinatos de mulheres
negras cresceram 54% entre 2003 e 2013. Enquanto isso, os casos envolvendo
brancas caíram quase 10% no mesmo período. É o que revela o Mapa da Violência
2015 sobre homicídios de mulheres no Brasil, elaborado pela Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais, com o apoio do escritório da ONU
Mulheres, da Organização Mundial da Saúde e do governo federal.
Para a ministra das Mulheres, da
Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, há uma relação entre
machismo e racismo. A pesquisa revela ainda que mais da metade das mortes
violentas são cometidas por familiares e cerca de 30% envolvem parceiros ou
ex-parceiros. Os estados onde o problema mais cresceu foram Roraima, onde a
taxa ficou quatro vezes maior, e Paraíba, onde os números triplicaram em dez
anos.
Por outro lado, desde que começou
a valer a Lei Maria da Penha, em 2006, cinco estados registraram quedas nas
taxas. São eles: Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo e Rio de
Janeiro. Segundo o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo
estudo, as iniciativas para coibir esse tipo de violência são positivas, mas
ainda não conseguem acabar com o problema.
Com esses dados, o Mapa da
Violência revela ainda que o Brasil tem uma taxa de 4,8 homicídios de mulheres
por cem mil. Com o resultado, o país está em 5º lugar em um ranking de 83
nações em relação a assassinatos de mulheres.
A representante da ONU Mulheres
no Brasil, Nadine Gasman, os dados são reflexo de uma cultura da violência. Em
relação a homicídios de mulheres, a média brasileira fica atrás apenas das
taxas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
Fonte: Rádio Agência Nacional
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