Criminosos põem vítimas em contato telefônico e ampliam o desesperoO golpe do falso sequestro ocorrido na quinta-feira passada, em Porto Alegre , trouxe uma novidade. Aproximando dois telefones, os criminosos fizeram com que pai e filho, as duas vítimas do golpe, ouvissem as vozes um do outro. O pai ficou em pânico achando que o filho realmente fora sequestrado.
Quando o auxiliar de serviços gerais de condomínio, Dalton Ribeiro de Menezes, 46 anos, atendeu ao telefone, por volta das 15h da última quinta-feira, foi o seu filho de 12 anos quem disse:
– Pai, eu tô num carro com dois homens. Um tá com uma arma na minha cabeça. Tô sendo sequestrado e eles querem dinheiro.
O celular de Menezes mostrou que o número era restrito. Mas, ao ouvir a voz dele, não teve dúvidas de que era um sequestro consumado:
– Eu tive certeza de que era o meu filho. Não era uma gravação. Ele confirmou à polícia que falou comigo.
Ao contrário do que normalmente ocorre em casos de falso sequestro, não se tratava de um outro criminoso fingindo ser a vítima. Com dois telefones colados um ao outro – segundo investigação da polícia – os bandidos colocaram pai e filho em contato. Coagido pelos falsos sequestradores, o menino obedeceu aos criminosos, que haviam dito que estavam de posse da mãe dele. Se não cooperasse, eles a matariam. Para proteger a mãe, o jovem disse ao pai que ele era o sequestrado e pediu que o resgate fosse pago o mais rápido possível.
De acordo com o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Roubos, foi a primeira vez que a polícia teve conhecimento da artimanha. Menezes ainda recebeu uma outra ligação dos falsos sequestradores. Porém, desta vez, usaram o artifício comum neste tipo de situação. Alguém gritou e eles anunciaram que haviam mutilado um dedo do menino. Eles continuaram fazendo ameaças de tortura se não recebessem o dinheiro.
Clientes e funcionários da agência do Banrisul em que Menezes foi retirar o dinheiro para o resgate, no bairro Menino Deus, perceberam, pela aflição dele, que havia algo errado e chamaram a polícia. O pai contou aos policiais os lugares em que o filho poderia estar. Contudo, não o encontraram. Os criminosos haviam mandado o menino sair e permanecer em um shopping center, sem celular.
O pesadelo terminaria às 18h, quando o menino foi até o trabalho da mãe, no Centro. A partir de agora, Menezes orienta o filho a não mais atender ligações de desconhecidos.
(Fonte: Zero Hora)
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