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terça-feira, abril 26

Operação desarticula quadrilha que usava ONG para desviar caça-níqueis


Uma organização não-governamental do Vale do Sinos revendia para criminosos  as ceduleiras – equipamentos que fazem o reconhecimento das notas de dinheiro  - com a finalidade de dar um destino social   aos caça-níqueis apreendidos pela polícia.  

Cinco pessoas foram presas preventivamente em operação do Ministério Público e da Brigada Militar de São Leopoldo nesta terça-feira. Ainda são  cumpridos sete mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em Sapucaia, Novo Hamburgo e São Leopoldo.

Segundo o promotor Eduardo Coral Viegas, da Promotoria Criminal de São Leopoldo, a ONG foi criada para transformar as peças retiradas dos caça-níqueis em computadores e videogames que seriam doados à população carente.

 Ela recebia verbas do município e da União pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e será investigada.

O principal articulador do esquema, que usava a ONG como uma espécie de laranja para desviar as ceduleiras, era um brasileiro de 29 anos de origem libanesa que foi preso em Sapucaia.

Foram apreendidas 12 máquinas caça-níqueis, armas, drogas, R$ 3 mil em dinheiro e agendas com contatos de traficantes e possíveis compradores das ceduleiras.

Atuação no tráfico de drogas

Uma ramificação da quadrilha atuava no tráfico de drogas. O MP e a BM também investigam a participação de pelo menos três policias civis no Vale do Rio dos Sinos, que avisariam aos criminosos os locais das operações de apreensão de drogas.

Um deles já  foi afastado por suspeita de participação direta no esquema, de acordo com o promotor Viegas:

— Nós inclusive pedimos a prisão dele, mas não obtivemos a ordem judicial. Este policial teve o afastamento da função determinado pelo Poder Judiciário. Ele também não terá mais acesso às senhas com informações sigilosas da secretaria de Segurança — afirmou.

Os três tiveram o pedido de prisão preventiva negado pela Justiça. O Ministério Público irá recorrer.

Parte da quadrilha recebia ordens de Paulo Márcio Duarte da Silva, 32 anos, conhecido como Maradona e líder da maior facção dos presídios gaúchos.

Os envolvidos serão investigados pelos crimes de estorção, corrupção, jogo ilícito e tráfico de armas e drogas.

Chamada de "Cédula", a operação é uma continuidade das ações que prenderam 11 pessoas em São Leopoldo, Novo Hamburgo e Rio Pardo em 1º de abril.

Estes dois grupos eram concorrentes na manipulação dos jogos de azar.
Fonte: Site Zero Hora

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