A Operação Navalha, deflagrada pela Polícia Civil em São
Borja, na Fronteira Oeste, na manhã desta sexta-feira, busca combater o tráfico
internacional de drogas na região. Até o momento, 77 pessoas já foram presas e
mais 18 mandados de prisão serão cumpridos. Conforme o titular da 1ª Delegacia
de Polícia do município, delegado Gerri Adriani, a localização grográfica
facilita a entrada de entorpecentes e armas na cidade. "Pela proximidade
com Paraguai, Argentina e Uruguai, a rota é de grande tráfego de veículos, o
que contribui também para a passagem de drogas", explica.
As investigações da operação começaram há dois anos, após
uma outra ação que resultou em 37 presos. No período, foram identificadas 13
quadrilhas ligados os tráfico, envolvendo mais de 150 pessoas. "Foi
possível vincular associação para o tráfico a 95 pessoas, então solicitamos os
mandados judiciais", diz.
Adriani acredita que não é possível dizer que o tráfico foi
extinto na cidade, pois é muito dinâmico. "Mas, certamente, ajudamos a
frear as ações desses grupos", afirma. Entre os envolvidos estão profissionais
como advogados e empresários da cidade, conforme o delegado.
O planejamento e a execução contaram com apoio de policiais
civis de Porto Alegre e região Metropolitana, em razão do grande número de
mandatos de prisão e busca e apreensão, que totalizam 124. Foram deslocados 632
policiais civis e 155 viaturas, que apreenderam drogas, veículos e dinheiro. As
investigações sobre as ramificações internacionais envolvidas no tráfico na
região poderão ser aprofundadas por outros órgãos, como Polícia Federal.
O inquérito atual se desdobrou em 13, um para cada facção,
cujo prazo para conclusão é de 30 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo
período. Adriani diz que as pessoas já foram incriminadas, portanto não deve
estender muito a conclusão, apenas formalizar a documentação referente às
prisões.
Apesar de complexa, a ação serviu como um aprendizado para a
Polícia Civil, segundo o delegado. "Isso demonstra que o Estado tem
capacidade de combater o tráfico em grande escala e que não vamos deixar que
avance a um ponto incontrolável", ressalta.
Fonte: Correio do Povo
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