Vítima foi encontrada ferida na
avenida Protásio Alves, em Porto Alegre
Após ter sido encontrado na rua, no domingo, com 40% do
corpo queimado, um jovem de 22 anos está internado em estado grave na Unidade
de Pronto Atendimento (UTI) do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Carl
Alves foi localizado ferido na avenida Protásio Alves e levado até a
instituição por policiais militares. Ele teria sido agredido, no entanto, está
sedado e não pode confirmar o que realmente aconteceu.
A mãe do rapaz, Jane Alves, também não sabe afirmar o que
ocorreu com o filho. Segundo ela, ele chegou a falar - com certa dificuldade -,
que apenas sentiu uma pancada por trás e, depois, acordou no hospital. Ele foi
atacado, conforme Jane, entre às 5h e 6h de domingo. Uma viatura da Brigada
Militar passava pelo local e viu o corpo do rapaz caído, em chamas. “Foi um
banditismo pavoroso que fizeram com o meu filho”, lamentou.
Mistério envolve a agressão
A mãe relatou que, há algum tempo, o filho saiu em defesa de
um rapaz que estava sendo agredido por um grupo neonazista, também na avenida
Protásio Alves. A gangue, inclusive, ameaçava atear fogo no corpo da vítima.
Carl teria tentado apartar a briga e os integrantes do grupo fugiram.
Outro incidente envolvendo o jovem ocorreu durante a votação
de projeto de criação de uma empresa de pedágio, há cerca de duas semanas. Ele
teria sido agredido por um homem, cujo nome a mãe não soube dizer. O fato teria
ocorrido em frente a Assembleia Legislativa – Carl participava ativamente de
grupos políticos. “Uma vez, ele comentou comigo que a pessoa de um determinado
partido ‘quebrava o pau’”, lembrou.
No último sábado, Carl disse à mãe que tinha uma reunião de
manhã e á tarde teria outro encontro na zona Sul. De acordo com Jane, ele
primeiro deixou a namorada no ponto de ônibus para ela ir para casa. “Ele me
pediu que torcesse por ele, pois teria muito trabalho no encontro na zona Sul”,
relembrou. “Depois, eles iriam a um aniversário”, relata.
Esta foi a última notícia que ela teve do filho. Jane disse
estranhar o fato de ele estar sozinho no dia do atentado. E se estava visitando
alguém e ficava muito tarde, ele dormia na casa onde estava. “Acho isso
estranho, pois ele nunca estava só”, comentou.
“Tanto que não estranhei quando ele não voltou”, disse Jane,
lembrando que na manhã de domingo ia ligar para o celular do filho, quando o
hospital lhe telefonou avisando do atentado.
Fonte: Correio do Povo
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