Exatamente três horas depois de o horário previsto, a juíza Marixa Fabiane Lopes deu início à sessão de julgamento...
Exatamente três horas depois de o horário previsto, a juíza
Marixa Fabiane Lopes deu início à sessão de julgamento do goleiro Bruno
Fernandes pelas acusações de sequestro, cárcere privado, assassinato e
ocultação de cadáver de sua ex-amante Eliza Samudio, de 24 anos. Mas os
tumultos que marcaram toda a manhã desta segunda-feira (19) no Tribunal do Júri
de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, voltaram a ocorrer
assim que foram abertos oficialmente os trabalhos.
O advogado Ércio Quaresma e os outros defensores do
ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, deixaram o plenário
criticando a "falta de imparcialidade" dos trabalhos. A Justiça já
havia antecipado esse tipo de estratégia da defesa e antecipadamente notificou
a Defensoria Pública para que representantes do órgão se inteirassem do
processo e ficassem à disposição para evitar o adiamento do julgamento diante
de ações do tipo. Mas, após a atitude da defesa de Bola, os demais advogados
pediram para se reunir para decidir o que fazer e a sessão foi novamente
suspensa.
Além de Bruno, será julgado pelos mesmos crimes seu amigo
Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Bola, acusado do assassinato e
ocultação de cadáver da jovem; a ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues do
Carmo, processada pelo sequestro e cárcere privado do bebê que Eliza teve com o
jogador; e outra ex-namorada do atleta, Fernanda Gomes de Castro, acusada do
sequestro e cárcere privado da criança e da mãe.
O julgamento estava previsto para iniciar às 9 horas, mas a
manhã no plenário foi marcada por discussões provocadas principalmente por
Quaresma. Depois de um princípio de tumulto com o colega Rui Pimenta, defensor
de Bruno, e questionar a composição dos jurados que seriam sorteados para o
julgamento, Quaresma voltou a se envolver em mais duas discussões com Marixa.
Antes da decisão de deixar o plenário, ele já havia
protagonizado um bate-boca com a magistrada ao exigir acesso às mídias com
depoimentos de testemunhas. A juíza determinou que esse material poderia ser
assistido em equipamento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), mas a
defesa de Bola alega não ter tido acesso aos interrogatórios.
Os advogados chegaram a recorrer ao Supremo Tribunal Federal
(STF) para adiar o julgamento, mas o pedido foi negado pelo ministro Joaquim
Barbosa. Segundo Marixa, o material só pode ser assistido em equipamento do
TJ-MG para preservar a imagem das testemunhas, já que os interrogatórios estão
em áudio e vídeo. "Tem dois anos que o processo está em curso. A defesa poderia
ter marcado minuto a minuto os trechos", argumentou a magistrada.
Fonte: Site O Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário