Uma investigação da Polícia Civil sobre a agressão de um
punk no centro de Porto Alegre, em 16 de setembro de 2007, produziu resultado
nessa quinta-feira (22/11). Renan do Amaral Pereira foi condenado pelos crimes
de tentativa de homicídio qualificado, formação de quadrilha e incitação ao
racismo. Outras seis pessoas teriam participado da ação, porém, somente uma
adolescente, na época com 17 anos, foi identificada.
Segundo o delegado Paulo Cesar Jardim, trata-se de um
julgamento inédito. "Pela 1ª vez no Brasil, um neonazista senta no banco
dos réus e é julgado por um júri popular", declarou Jardim. O outro réu
citado no processo aguarda a decisão em liberdade.
Segundo o delegado Jardim, responsável pelas investigações
aos crimes de intolerância na Polícia Civil, a polícia encontrou, na residência
de Pereira, material de divulgação neonazista. Também foi identificada
movimentação do grupo do qual ele fazia parte, o White Power Sul Skins, em
sites de relacionamento.
Skinheads
De acordo com Jardim, não é de hoje que o RS enfrenta
comportamentos de intolerância e preconceitos raciais neonazistas. Na década de
30, conta Jardim, o movimento nazista se instalou com a benevolência do governo
brasileiro, o qual, somente na undécima hora do início da II Guerra Mundial
decidiu apoiar as forças aliadas e combater o nazismo Hitleriano.
Jardim explica que atualmente, mais precisamente no início
do ano 2000, surgiu aqui no Estado o movimento de um grupo de jovens que se
denominavam "Skinheads", cuja filosofia, doutrina e ações
identificavam-se com a ideologia de Adolf Hitler. Conforme Jardim, eles têm
como inimigos judeus, negros e homossexuais. Também tem como inimigos
integrantes do movimento Punk, rixa decorrente da própria origem histórica do movimento
Skinhead. Defendem a supremacia da raça branca.
A Polícia Civil gaúcha já instaurou inúmeros inquéritos
policiais, prendeu vários deles e indiciou tantos outros. Os detidos se
consideram "presos políticos", explica Jardim. Atualmente, há vários
integrantes do movimento gaúcho condenados em primeiro e segundo graus e/ou com
prisão preventiva decretada. Segundo Jardim, em breve haverá julgamento pelo
Tribunal do Júri local dos crimes dolosos contra a vida, especificamente de
homicídio tentado.
Conforme Jardim, a polícia sabe que não está combatendo
gangues de marginais, e sim uma ideologia.
Fonte: Site da Polícia Civil do RS
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