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domingo, setembro 1

Porto Alegre supera Rio e São Paulo em furtos e roubos de veículos


Os paulistanos e os cariocas têm menos motivos para se preocupar com os ladrões do que os proprietários de veículos em Porto Alegre. Um levantamento das ocorrências de roubos e furtos no primeiro semestre de 2013 revela que, na capital gaúcha, proporcionalmente à frota, o risco de o motorista ser ameaçado por um assaltante armado ou constatar que o seu carro estacionado na rua foi levado por ladrões é maior do que nas duas principais metrópoles do Brasil.

Avoracidade dos ladrões de carros é maior em Porto Alegre do que nas duas metrópoles mais populosas do país. Números oficiais do primeiro semestre apontam que os furtos e os roubos de veículos na capital do Rio Grande do Sul, proporcionalmente à frota, superam os casos entre paulistanos e cariocas.

Em Porto Alegre, são 6,75 carros levados a cada mil, enquanto em São Paulo são 6,43 veículos a cada mil. No Rio de Janeiro, 3,32 veículos, menos da metade da taxa registrada na capital gaúcha. O fenômeno causa ainda mais espanto porque Porto Alegre tem apenas 13,8% da frota do Estado e concentra 35% dos furtos e roubos do RS. A capital paulista tem 29,9% da frota e a fluminense, 45,3%.

Os dados revelam que, sob o aspecto da criminalidade, é mais perigoso dirigir em Porto Alegre do que nas outras duas cidades. E o temor é perder a vida. Desde 2007, os roubos superam os furtos – muito influenciado pelos sistemas de seguranças dos carros, como alarmes e corta-correntes, obrigando o ladrão a necessitar da chave para ligar o automóvel. Isto significa que, em Porto Alegre, o risco de um motorista ter o carro roubado, atacado por um bandido de arma em punho, podendo ser ferido ou morto, é duas vezes maior do que ocorrer um furto (quando o ladrão leva o veículo sem o dono estar presente). Nem em São Paulo nem no Rio este risco é tão elevado assim.

Entre as três capitais, a Cidade Maravilhosa já esteve na ponta desse ranking de 2004 e 2006, mas agora ocupa o terceiro posto. Especialistas justificam a queda nos índices do Rio de Janeiro como fruto de investimentos em segurança pública e nas melhorias dos organismos de trânsito e na fiscalização em desmanches clandestinos.

Já São Paulo, que apresentava os melhores índices entre as três cidades e hoje quase empata com Porto Alegre, enfrenta uma onda de violência desde 2012, após experimentar quedas nas taxas de criminalidade durante os 11 anos anteriores.

Conforme o analista criminal paulista Guaracy Mingardi, um dos problemas em São Paulo é a baixa produtividade das polícias na retirada das quadrilhas das ruas.

– Investigação e fiscalização é que levam a baixar os índices – afirma Mingardi.

Mas por que Porto Alegre é líder? Um das explicações seria a proliferação cada vez maior de quadrilhas oriundas de cidades vizinhas, especializadas neste tipo de crime. Outro motivo pode ser as deficiências de prevenção.

Este ano, em relação a 2011, a Brigada Militar reduziu em dois terços o número de inspeções em desmanches no Estado, e em 20% o número de veículos fiscalizados. E a Polícia Civil conta com apenas duas delegacias especializadas em reprimir furtos e roubos de veículos na Região Metropolitana (uma em Porto Alegre e outra em Canoas, inaugurada em janeiro).

A Lei dos Desmanches, que visa a sufocar a compra e a venda de autopeças furtadas e roubadas, recém começou a entrar em prática, após seis anos de vigência, em dois (São Leopoldo e Sapucaia do Sul) dos 120 estabelecimentos credenciados pelo Detran. E o “cercamento” da Capital com câmeras de vigilância adaptadas a sensores que identificam carros em situação irregular segue no papel há mais de um ano.

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