Senador brasileiro é alvo de perseguição de neonazistas
Polícia Civil apreendeu material usado em encontros de grupos no centro de Porto Alegre(RS).
Livros, CDs, facas e uma soqueira estão entre os materiais apreendidos pela Polícia Civil em um local usado para encontros de grupos neonazistas. Mas entre as apreensões, o que mais impressionou o delegado Paulo Cesar Jardim foi um vídeo em que o grupo White Power Sul Skin (poder da raça branca do Sul, numa tradução livre) faz ameaças ao senador gaúcho Paulo Paim (PT).
A ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do governo federal Matilde Ribeiro também foi alvo dos neonazistas. A apreensão ocorreu na Rua Riachuelo, no centro da Capital. Para não prejudicar as investigações, não foi divulgado se o local era uma residência ou estabelecimento comercial. Segundo Jardim, titular da 1ª Delegacia da Polícia Civil (Centro), o grupo fazia reuniões e estocava materiais de divulgação nazista no local.
– A informação que tínhamos é de que haveria bombas e armas neste endereço e que seriam usadas em um ataque nos próximos dias – disse o delegado, especialista na investigação de grupos neonazistas no Estado.
As armas e os explosivos não foram encontrados. O responsável pelo local também não foi localizado pela polícia. Segundo o delegado, o homem teria relações com o grupo que, em 2005, esfaqueou três judeus no bairro Cidade Baixa.
Após assistir ao vídeo, o delegado telefonou para o senador e recomendou que ele redobrasse os cuidados com sua segurança.
Autor do Estatuto da Igualdade Racial, o senador reeleito Paulo Paim (PT) disse que já recebeu outras ameaças por conta de seu trabalho na promoção dos direitos raciais, religiosos e de orientação sexual.
– Na própria campanha e aqui mesmo no gabinete já recebi ameaças absurdas, mas não as divulguei porque achava que não deveriam ganhar espaço. Mas agora, o telefonema do delegado me alertou – conta o senador.
Paim disse que não pretende solicitar segurança pessoal e que a ação dos grupos neonazistas será um dos temas discutidos em uma audiência pública, marcada por ele para o dia 19 de novembro, em Brasília.
– Em pleno século 21, quando os Estados Unidos elegem um negro, a Bolívia elege um índio e o Brasil, uma mulher, não é possível que ainda existam grupos como esse.
(Fonte: Jornal Zero Hora)
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