O inquérito que apura a morte de Alexandre Ferrugem da Silva, 41 anos, com cinco tiros na noite da segunda-feira passada no bairro Guajuviras, em Canoas, terá a missão não apenas de elucidar um homicídio, o segundo do ano no bairro. Terá também de explicar o que houve com o sistema de detecção de tiros instalado desde setembro do ano passado. A Brigada Militar não foi alertada dos disparos, segundo o comandante do 15º BPM, tenente-coronel Mário Ikeda.
O próprio secretário municipal da Segurança Pública, Eduardo Pazzinato, admite a falta de aviso. Conforme ele, a explicação pode estar na circunstância do crime.
– A informação é de que os tiros foram dados dentro de uma casa. É possível que as paredes como obstáculos físicos tenham prejudicado a propagação do som. Não adianta, contra a física não há tecnologia – afirma, lembrando que a eficiência do sistema ShotSpotter está acima do esperado.
Conforme ele, o sistema não cruzou as informações de áudio captadas e as enviou à central de monitoramento, o que não quer dizer, conforme o secretário, que não tenha captado os tiros.
– Agora vamos pedir ao laboratório nos Estados Unidos para abrir os dados dos sensores – adianta.
O dado preocupante é que os dois homicídios no bairro deste ano não foram detectados pelos equipamentos. Naquele caso, os tiros haviam sido disparados no meio da rua e forçaram uma nova calibragem do sistema.
O contrato previa uma eficácia de 80%. De acordo com o acompanhamento atual do município, há um demonstrativo de 83% de acerto.
Fonte: Jornal Zero Hora
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