Terminou nesta sexta-feira, por volta das 19 horas a audiência de instrução do triplo homicídio do ex-ministro José Guilherme Villela, de sua esposa Maria Carvalho Mendes Villela e da empregada Francisca Nascimento da Silva, ocorrido em agosto de 2009.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal deu início aos depoimentos às 9h45 desta sexta-feira (3/2). Foram ouvidas quatro pessoas.
O primeiro a depor foi o então delegado-adjunto da 8ª Delegacia de Polícia, Elivaldo Ferreira de Melo, que na época da morte do casal Villela trabalhava com a delegada Débora Menezes, afastada das investigações ao fazer um trabalho paralelo ao da Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida) sem o conhecimento do Ministério Público. O delegado disse que tomou o depoimento de Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio onde moravam as vítimas e acusado de participação no assassinato, quando ele chegou de Montalvânia (MG). Na ocasião, o ex funcionário teria demonstrado tranquilidade durante às 13 horas que durou o depoimento, das 15h às 4h do dia seguinte. Elivaldo Ferreira disse ainda que o acusado foi coerente o tempo todo, tendo apenas alguns lapsos temporais.
Na audiência, o delegado contou que foi muito incisivo com Leonardo ao perguntar se havia um mandante para o crime e citou claramente o nome de Adriana. O ex-porteiro então negou qualquer participação da filha do casal Villela no triplo homício da 113 Sul. O pedido de prisão de Leonardo, segundo o delegado, foi feito com base no depoimento da filha dele, que teria incriminado o pai.
Elivaldo Ferreira admitiu que não teve condições de fazer o interrogatório completo, porque não teve acesso à investigação anterior, feita antes da delegada Débora Menezes assumir o caso. Ele revelou ainda que se fosse o delegado-chefe, teria feito o encaminhamento da apuração dos fatos para a Corvida.
Após o depoimento do delegado, o defensor público que advoga para Leonardo Campos questionou o depoimento da filha do ex-porteiro. Segundo o defensor, a jovem foi pega de supresa pelos policiais em casa e levada para a delegacia. Sem saber do seu direito de ficar calada, ela acabou incriminando o pai.
A segunda pessoa a ser ouvida foi o advogado Geraldo Flávio Soares, que trabalha em Montalvânia e é amigo da família do réu Paulo Cardoso Santana, também acusado de envolvimento no crime. Ele depôs sob condição de testemunha. Durante seu relato, o advogado mencionou que um delegado da cidade mineira, chamado Renato, afirmou estar convicto de que uma pessoa conhecida na cidade seria um dos executores dos assassinatos. Segundo o delegado, o suspeito é conhecido em Montalvânia como uma pessoa muito perigosa e violenta.
Uma amiga de Adriana Villela, filha do casal morto, também prestou esclarecimentos. Ana Carolina Miranda relatou que Adriana tinha um bom relacionamento com os pais e que já havia participado de momentos felizes entre a família.
O último a depor foi Sidney Pacheco Monteiro, chefe da seção de Investigação de Crimes Violentos (SIC-VIO) da 8ª Delegacia de Polícia. Ele descreveu como foi feita a investigação do caso e esclareceu que durante sua apuração, não foi encontrada nenhuma prova contra a filha das vítimas mortas.
As próximas audiências estão marcadas para a próxima segunda-feira (6/2) e para 17 de fevereiro, com o depoimento da delegada-chefe da 8ª DP (SIA), Déborah Menezes.
Fonte: Correio Braziliense
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